13/01/2012 – Ministro diz que planos de saúde vão trocar próteses rompidas

13 de janeiro, 2012

alexandrepadilha_andrecoelho_aglobo(Folha.com) Frente a informações contraditórias de duas agências do governo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se pronunciou nesta sexta-feira e garantiu a substituição das próteses mamárias rompidas das marcas PIP e Rofil, custeadas “integralmente pelo SUS ou pelos planos de saúde. E isso independentemente, disse ele, de a cirurgia original ter sido feita para fins estéticos ou como reparação.

“A consideração do ministério, da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] e da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] é que essa situação específica de mulheres submetidas a fraudes nas próteses é classificada como cirurgia reparadora. Existe um risco à saúde [das pacientes com implantes rompidos]”, disse Padilha após reunião com as duas agências.

“Isso classifica o procedimento de retirada da prótese e de substituição como uma cirurgia reparadora, independentemente de qual foi a motivação que fez a mulher colocar sua prótese”, acrescentou.

Mal-entendido

A decisão sobre a cobertura das cirurgias de remoção de próteses rompidas pelo SUS e pelos planos de saúde foi anunciada na quarta-feira pela Anvisa.

No dia seguinte, a ANS soltou uma nota em que citava a normatização da agência e informava: “Nos casos em que a colocação da prótese tenha finalidade estética, também é obrigatória a cobertura de eventuais complicações (…), mas [ela] não inclui o fornecimento de nova prótese.”

Segundo Padilha, o mal-entendido se deveu a uma interpretação equivocada da nota. “A ANS mostrou a súmula 10. Nossa decisão e os atos normativos que a ANS vai estabelecer a partir dessa decisão estão pautados na súmula 10, que estabelece a extensão da cobertura que a saúde suplementar tem de fazer a procedimentos realizados que anteriormente não eram cobertos pela saúde suplementar.”

Na próxima semana, o governo e as entidades médicas vão definir os exames a serem feitos para identificar o rompimento, que pode ser detectado por exames físicos ou de imagem (no caso de próteses com ruptura pequena).

De acordo com o ministro, mulheres e travestis que implantaram próteses da PIP e da Rofil já podem buscar os serviços de saúde público ou privado, mesmo que não tenham sintomas. Não há necessidade, porém, “de uma corrida” aos médicos.

Os serviços, por outro lado, continuou o ministro, vão receber a orientação de procurar as pacientes.

Custos

Padilha informou que não há cálculo de custo para a troca das próteses. O governo estima que 20 mil mulheres serão submetidas aos exames, mas não se sabe qual é a taxa de rompimento esperada dessas próteses.

A AGU (Advocacia-Geral da União) começou a analisar o caso para saber se, eventualmente, o governo poderá pedir ressarcimento às empresas importadoras do material.

Segundo o ministro não há dúvidas de que as importadoras serão punidas em processo administrativo sanitário, já aberto pela Anvisa. “Que existirá penalidade à importadora não há dúvida.”

Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa, disse que as medidas anunciadas pelo governo valem para todas as pacientes que implantaram próteses das duas marcas e pelo período que essas pacientes carregarem os implantes.

Leia no site: Ministro diz que planos de saúde vão trocar próteses rompidas (Folha.com – 13/01/2012)
Planos de saúde também farão troca de silicone (Globo.com – 13/01/2012)
Ministério da Saúde garante troca de silicone (Folha de S.Paulo – 14/01/2012)

SUS e planos vão bancar retirada de próteses; troca terá avaliação individual (O Estado de S. Paulo – 14/01/2012)

Veja também:
“Ao mesmo tempo em que o Ministério da Saúde afirma que o SUS vai trocar as próteses de silicone das marcas PIP e Rofil das mulheres que apresentarem ruptura, centenas de outras mulheres em tratamento contra o câncer de mama estão na fila para fazer a reconstrução das mamas.” – Fila para cirurgias de reconstrução preocupa pacientes (O Estado de S. Paulo – 14/01/2012)

“O sistema não teria condições de atender ao aumento da demanda para cirurgia. Imagine se metade das pacientes tiverem de ser operadas nos próximos cinco anos, serão 6.000 pacientes a mais para um sistema que já está sobrecarregado”, diz o cirurgião plástico Alexandre Mendonça Munhoz, do Hospital Sírio-Libanês. – SUS vai ficar sobrecarregado, diz cirurgião (Folha de S.Paulo – 14/01/2012)

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