(Folha de S.Paulo) Vladimir Safatle, colunista do jornal Folha de S.Paulo, fala sobre liberdade de expressão e seu limite quando se trata de intolerência ou preconceito. Leia trechos abaixo:
“A democracia é o regime que reconhece o direito fundamental à liberdade de expressão e opinião. No entanto ela também reconhece que nem tudo é objeto de opinião.”
“Por isso, há certos enunciados que simplesmente não têm o direito de circular socialmente. Por exemplo, quando alguém fala que os judeus detêm o controle financeiro do mundo, que os negros são inaptos para o trabalho intelectual, que os muçulmanos são terroristas ou que os homossexuais são promíscuos e representam uma vergonha para seus pais, não está enunciando uma opinião.”
“Ele apenas está dizendo “as coisas como são”, mesmo que, no fundo, esta descrição vise sorrateiramente contrabandear um julgamento de valor.”
“O pressuposto implícito é: “Se as coisas são como são, é importante que elas continuem assim”. Quem usa enunciados dessa natureza não está disposto a descrever uma realidade, mas a perpetuar uma situação socialmente inaceitável.”
“A democracia não conhece meio-termo, seu igualitarismo deve ser absoluto. Isso significa que nada justifica que eles não possam ter direitos elementares, como constituir família, casarem-se e adotarem filhos. Famílias homoparentais não são mais problemáticas do que qualquer família de heterossexuais.”
Leia artigo completo: Aquém da opinião, por Vladimir Safatle (Folha de S.Paulo – 12/04/2011)