(Folha de S.Paulo) O Instituto Ethos, que une empresas para discutir responsabilidade social, lançou na última semana um manual sobre como lidar com direitos de funcionários gays –40 companhias ajudaram a formular o documento.
Segundo Jorge Abrahão, presidente do instituto, o guia define dez compromissos que as corporações podem adotar para garantir direitos desses profissionais, como incluir o parceiro no plano de saúde.
Entre eles, está o comprometimento explícito da diretoria e a promoção de ações de desenvolvimento profissional. O Ethos não sugere um plano de carreira específico, conta Abrahão, mas, sim, que a empresa consiga criar um ambiente favorável para que eles se sintam livres.
Ele considera que houve avanços na promoção de direitos de outros segmentos, como negros e mulheres, e que, agora, “a questão LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transexuais] é a fronteira”.
“O T’ é o que mais necessita de políticas específicas, mas o L’, o G’ e o B’ também”, diz o executivo.
Em um vídeo de apresentação do manual, que o Ethos publicou no YouTube, Guilherme Bara, coordenador de diversidade da empresa química Basf, afirma que não é raro conversar responsáveis por seleção de candidatos e ouvir comentários como “o candidato era muito bom, mas era muito gay”.
Uma das práticas que o manual recomenda para combater isso é a criação de grupos de trabalhadores LGBT.
Na Dow, o Glad (sigla para gays, lésbicas e aliados na Dow) foi criado há pouco mais de um ano e hoje tem 90 membros. Um deles, o gerente de contas Manuel Lopez, 43, conta que o grupo atua para conscientizar colegas com filmes e palestras.
Apesar de dizer que passou a ser mais respeitado quando revelou sua orientação sexual na empresa, Lopez afirma que o grupo não tem a intenção de ajudar gays a sair do armário.
“É uma questão muito pessoal, mas, no meu caso, foi um benefício. Passei a ser visto como mais autêntico.”
Eles também organizaram um treinamento para que chefes aprendam a lidar com funcionários LGBT.
Acesse o PDF: Empresas lançam movimento para ampliar direitos de gays (Folha de S.Paulo – 15/12/2013)