26/02/2010 – Mamógrafo é subutilizado, revela auditoria do TCU; Inca contesta

27 de fevereiro, 2010

Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revela que apenas 5% dos estabelecimentos fizeram 25 exames por dia ou mais, índice considerado ideal.

O relatório do TCU foi feito a partir dos questionários respondidos por 435 municípios. Entre maio de 2008 e abril de 2009, a maioria dos mamógrafos em funcionamento em serviços públicos no país foi subutilizada. Em apenas 5% desses locais (23 em 435) foram feitas 25 mamografias ou mais por dia, parâmetro considerado ideal; a média foi de apenas 9,8 exames/dia.

No programa federal Mais Saúde, o governo elegeu como meta oferecer mamografias a 60% das mulheres entre 50 e 69 anos até 2011, o que significaria 7 milhões de exames. Porém, a auditoria mostroi que, mesmo se descontadas as mulheres que têm planos de saúde, pelo menos 15% ficou sem cobertura.

Nas respostas dadas aos questionários foram apontados como principais problemas a falta de manutenção e de funcionários para operar os mamógrafos e fazer laudos. Das 435 unidades respondentes, 15 admitiram nunca ter colocado as máquinas em funcionamento por problemas de infraestrutura. O relator do trabalho, ministro Valmir Campelo, concluiu que: “o número de mamógrafos no País seria suficiente se estivessem sendo utilizados na sua totalidade”.

Inca aponta limitação do levantamento 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) reconheceu que alguns estabelecimentos podem estar apresentando baixa produtividade em virtude de características individuais e questionou a suposta ociosidade apontada no relatório do TCU.

O Inca explicou que parte dos aparelhos pode estar operando fora do sistema de faturamento federal, parâmetro utilizado pelo TCU para aferir se as máquinas estariam trabalhando. Nesse caso, os mamógrafos poderiam estar produzindo e os governos estaduais e municipais poderiam estar remunerando o trabalho sem que o TCU pudesse medir essa produção.

“O fato de os mamógrafos existirem, mas não aparecerem no sistema de faturamento do TCU, não significa que estejam ociosos”, declarou Ronaldo Corrêa, técnico da Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do Inca, que afirma que cada caso deve ser avaliado individualmente.

Leia a matéria na íntegra: O Estado de S.Paulo – 26/02/2010

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