Em São Paulo, a lista de espera por uma vaga na cidade é impressionante. São mais de cem mil crianças sem vagas em creches na cidade da capital.
(Bom Dia Brasil) Quase 80% das crianças brasileiras não estão matriculadas em creches, de acordo com uma pesquisa da consultoria Datapopular. Em todo o país, os pais reclamam da falta de vagas na rede municipal.
Acesse apresentação da pesquisa: Creche como demanda das mulheres
Ministra pede que municípios invistam em creches
Em São Paulo, a lista de espera por uma vaga na cidade é impressionante. São mais de cem mil crianças sem vagas em creches na cidade da capital.
A prefeitura diz que está fazendo o possível para criar novas vagas. Enquanto isso não acontece, as mães têm que se virar para poder voltar ao trabalho.
Depois da licença maternidade, Janaina Santana emendou as férias para ficar mais tempo com Cauê, de cinco meses. Na semana que vem ela terá que voltar ao trabalho e não encontrou vaga para o filho nas creches perto de casa.
“A situação é meio aflitiva, porque você vai ter que procurar outros lugares, deixar com estranhos. A família também trabalha e não tem condição de cuidar”, afirma a cientista social.
Uma pesquisa feita em nove regiões metropolitanas e no Distrito Federal mostra que 88% das mulheres apontam a creche como uma das prioridades para os governos. Um dos motivos está em outro número: 34% das mulheres que estão empregadas não conseguem encontrar vaga.
São muitos os pais da capital que precisam trabalhar, mas não têm onde deixar os filhos. A prefeitura de São Paulo diz que existem 111 mil crianças na fila de espera por uma vaga nas creches da cidade.
O secretário de Educação afirma que serão construídas 242 creches na capital para crianças menores de 4 anos de idade, e que até o fim da administração a meta é zerar o déficit.
“Em quatro meses nenhum governo faz milagre. Os déficits que foram acumulados em São Paulo são déficits construídos no passado. Nós queremos, se não eliminá-los, pelo menos reduzir muito, garantindo a cada criança o direito de frequentar uma escola desde os primeiros anos da sua vida”, afirma Cesar Callegari.
Angela Aparecida Medeiros não conseguia vaga para o filho e entrou na Justiça. Enquanto isso, pagou um colégio particular por dois anos. A justiça mandou a prefeitura de São Paulo indenizá-la em mais de R$ 3 mil. “Não saiu vaga para ele, e como eu precisava trabalhar, não fiquei esperando por isso. Dispus do dinheiro e paguei para ele poder estudar”, afirma.
Outro desafio é criar vagas para as mais de 18 mil crianças de 4 e 5 anos que esperam por uma vaga nas escolas. No mês passado, uma lei federal tornou obrigatória a matrícula na educação básica aos quatro anos de idade, a partir de 2016. “É possível, necessário, é nossa obrigação e vamos cumprir”, diz Callegari.
Sobre o caso da mãe – que conseguiu na Justiça o direito de receber de volta o que gastou com o filho – a prefeitura informou que recorreu da decisão e que conseguiu suspender o pagamento. O caso ainda vai ser julgado pelo Tribunal de Justiça.
Acesse em pdf: Pesquisa revela que 80% das crianças brasileiras não estão em creches (Bom Dia Brasil – 16/05/2013)
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