(Jornal Dia Dia) Antes do início do Painel: Planejando o Brasil Rural Sustentável e Solidário, mulheres rurais entraram no plenário principal da Conferência batendo latas, cantando e entoando palavras de ordem. Na mística elas pediam ampliação das políticas públicas para as trabalhadoras rurais como garantia de 50% da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para mulheres e ampliação do acesso ao crédito.
“Numa feliz coincidência”, como pontuou a assentada sergipana Verônica Santana, o ato aconteceu no dia mundial da mulher trabalhadora rural, comemorado nesta terça-feira, 15 de outubro. A diretora de políticas para as mulheres do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Karla Hora, elogiou a mobilização. “As mulheres estão dizendo que para pensar um modelo de desenvolvimento do País que seja sustentável, solidário e viável do ponto de vista ambiental, econômico e social tem que considerar, tem que reconhecer o trabalho produtivo delas no meio rural”, destaca.
Sobre a paridade nos contratos de Ater, Karla Hora explica que a proposta já foi selecionada e pode ser incorporada ao Plano Nacional. “As mulheres querem que isso vire regra, que não seja exceção e que o plano consolide e afirme isso. Para a gente discutir desenvolvimento, participação da mulher na economia, autonomia, tem que ter apoio técnico, pesquisa, inovação, reconhecimento da atividade das mulheres, do modo como elas produzem e que contribui no processo de desenvolvimento da agroecologia”, ressalta.
A agricultora de Sergipe, do Assentamento da Reforma Agrária Vitória da União, Verônica Santana, participou da mística. “Foi uma feliz coincidência a Conferência acontecer no dia da mulher rural, mas para a gente é o momento certo de trazer a importância do espaço da mulher e o desafio das novas conquistas”, diz.
Verônica Santana está há sete anos no Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR/NE) e afirma que esta primeira Conferência com paridade garantida é uma grande conquista e um grande esforço das mulheres. “A gente ainda tem que garantir também paridade nas políticas e defendemos a política de cotas porque é preciso que todas e todos cheguemos juntos. Precisamos de mecanismos possam acelerar esse processo”, explica.
A paridade de gênero é um marco na história do Brasil na avaliação da diretora Karla Hora e que a Conferência está a frente de outros processos de participação. “Estamos efetivando que as mulheres não são nem mais nem menos, são iguais É a história mostrando que igualdade é direito, é necessidade”, fala.
Acesse o PDF: Mulheres rurais pedem paridade nas políticas públicas (Jornal Dia Dia – 16/10/2013)