(G1) Reportagem do Portal G1 feita com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma mudança no perfil da trabalhadora doméstica em algumas capitais brasileiras: mulheres mais estudadas e com perfil empreendedor.
Entre as domésticas entrevistadas pelo G1 há trabalhadoras que ganham em média R$ 1,5 mil, têm carro zero, fazem faculdade e frequentam academia de ginástica.
O estudo do IBGE revelou que, em 2009, os trabalhadores domésticos no Brasil somavam 7,2 milhões, o que representa um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. No período de cinco anos, o total de trabalhadores domésticos com carteira assinada subiu 20%.
O IBGE aponta também que, das 39,5 milhões de mulheres que trabalham no país, o maior percentual é justamente de domésticas (17%); 16,8% delas estão no comércio e 16,7% atuam nas áreas de educação, saúde e serviços sociais.
Segundo a presidente do Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo, Eliana Menezes, a mudança no perfil ocorreu por conta do aumento da renda. A presidente afirma também que há diversos casos de mulheres que estudam e fazem cursos para se qualificar. Os salários, que eram abaixo do mínimo, costumam ser, na capital paulista, entre R$ 700 e R$ 1.200. Eliane aponta que as diaristas, que podem ganhar bem mais, até R$ 2.000, deveriam pensar melhor e tentar emprego com carteira assinada. “Esse é o ponto xis, ganham mais por dia, mas perdem imensamente mais. Não têm férias, não têm 13º. O nosso trabalho é conscientizá-las disso, de seus direitos.”
Apesar da melhoria na situação das domésticas, o levantamento do IBGE informa que, de forma geral, as condições de trabalho da categoria continuam precárias: mais de 70% não têm carteira assinada e o rendimento médio mensal é de R$ 395.
Acesse na íntegra: ‘Nova doméstica’ tem carro zero e faz faculdade (G1 – 19/09/2010)