(G1/Terra/UOL/Ciranda) Lésbicas e bissexuais fizeram na tarde de sábado (25/06) uma marcha na Avenida Paulista, na véspera da 15ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. “A caminhada hoje é sobre autonomia, liberdade, e saúde, que são questões em que há uma carência muito grande de tratamento na mídia e nas políticas públicas. Não sabemos, por exemplo, absolutamente nada sobre a prevenção de DST [doenças sexualmente transmissíveis] entre lésbicas”, destaca Verônica Silveira, articuladora da Liga Brasileira de Lésbicas, entidade organizadora do evento.
Liberdade, Saúde e Autonomia
As participantes defendem uma política de saúde pública direcionada para as lésbicas. “É comum a gente ir a um posto de saúde e nos oferecerem camisinhas. Se esquecem que também existe sexo quando são duas mulheres envolvidas”, protestou Natália Ribeiro.
Também integrante da Liga, Marcia Balades afirmou que o movimento reivindica um tratamento diferenciado para a mulher homossexual e deu como exemplo o preconceito com que ela é tratada ao ir a um consultório médico. “Um ginecologista não pode oferecer um anticoncepcional para uma mulher que claramente não precisa disso por sua opção afetiva”, disse. Outra reivindicação das feministas é pelo aborto. Uma encenação com uma atriz e um boneco aludiu à possibilidade de interromper a gravidez.
Participantes protestaram contra o machismo e a homofobia
O objetivo do evento é tirar as lésbicas e bissexuais da condição de invisibilidade. Nos cartazes e nas palavras de ordem exclamadas do trio elétrico, mensagens de protesto contra a violência, o racismo, o machismo a homofobia, “a bifobia” e a “lesbofobia”. Este ano, a caminhada comemora a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu o direito à união estável, e reivindica a aprovação projeto de lei que criminaliza a homofobia.
A cantora Vange Leonel participou dos protestos e alertou para a reação “fundamentalista” no Congresso Nacional contra as medidas que favorecem os homossexuais.
Bissexual ativista, a secretária paulistana Daniela Furtado, 24 anos, reclamou de preconceito contra sua opção dentro do próprio movimento LGBT. “Percebi que a invisibilidade do bissexual acontece até mesmo com quem combate isso em relação aos gays”, disse. Daniela desfilou com uma camiseta na qual está escrito, entre outras coisas, que bissexualismo “não é moda”, “não é fase” e “não é homossexualismo”.
De acordo com a organização, a realização da caminhada um dia antes da Parada LGBT de São Paulo pretende dar maior visibilidade às questões relacionadas às políticas feministas e para as lésbicas, que acabavam ficando com destaque menor na manifestação, mais festiva, do domingo.
“É muita gente, e não existe um espaço da parada específico para as lésbicas. O sábado é um momento de fazer uma jornada lésbica feminista, para falar das lésbicas e das mulheres em geral”, ressalta Verônica.
Acesse as matérias e veja mais fotos:
Lésbicas fazem marcha na Paulista um dia antes da Parada Gay (G1 – 25/06/2011)
Em caminhada em São Paulo, lésbicas pedem autonomia, liberdade e políticas de saúde (UOL – 25/06/2011)
Caminhada de lésbicas em SP reúne 800 pessoas na Paulista (Terra – 25/06/2011)
Lésbicas fazem caminhada na Avenida Paulista (eBand – 25/06/2011)
Leia também: Caminhada na Paulista encerra a 3ª Jornada Lésbica Feminista, por Terezinha Vicente (Ciranda – 26/06/2011)