(Blog Viomundo) A cientista política Télia Negrão, secretária-executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e diretora da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC), aponta a “falta de estratégia definida” do governo de Dilma Rousseff e a “ênfase na saúde materna e em mais duas prioridades, o câncer de mama e do colo uterino”.
Em entrevista exclusiva à jornalista Conceição Lemes, Télia Negrão avaliou a implementação da política nacional de atenção integral à saúde das mulheres e a retomada da agenda dos direitos sexuais e reprodutivos. Este foi também o tema da XI Encontro Nacional da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, que aconteceu dias 29 e 30 de setembro e 1 de outubro, em Porto Alegre.
Télia Negrão fez críticas à Rede Cegonha que, para ela, “deixa de fora importantes elementos para enfrentar o seu principal objetivo, que é a redução da mortalidade materna”. Télia exemplificou: “O aborto inseguro poderia ser reduzido não apenas com planejamento familiar, já que a gravidez indesejada pode ocorrer inclusive devido à violência, mas também com o melhor acesso ao misoprostol, junto com muita informação, orientação e apoio para situações inesperadas. Uma medida sanitária indispensável”.
Télia também ressaltou que “o misoprostol salva vida de mulheres”. “Até hoje a Anvisa não explicou bem porque tanto rigor com a proibição da venda do misoprostol em farmácias, sendo que a Flasog [Federação Latinoamericana de Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia], a Figo [Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia] e própria OMS [Organização Mundial da Saúde] reconhecem que o misoprostol salva vida de mulheres. Na minha avaliação, trata-se de moralismo absurdo, completamente submisso à força da fé e da religião.”
Leia entrevista na íntegra: Leia a entrevista na íntegra: Telia Negrão: Governo Dilma ainda sem rumo na saúde das mulheres (Blog Viomundo – 26/09/2011)
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