(O Estado de S. Paulo) Centenas de mulheres no Iêmen queimaram suas roupas e véus islâmicos em um protesto simbólico contra a repressão do regime aos opositores. O presidente Abdullah Saleh ignora resolução do Conselho de Segurança da ONU e apelos internacionais para deixar o posto ocupado há 30 anos.
O ato das iemenitas ocorreu após uma noite de violência em que ao menos 25 pessoas foram mortas em confrontos entre forças do governo e milícias tribais da oposição.”É um apelo das mulheres livres do Iêmen. Estamos aqui queimando nossas roupas diante do mundo para que todos possam testemunhar os massacres realizados pelo tirano Saleh”, lia-se no comunicado das mulheres distribuído nas ruas de Sanaa.
Incendiar as roupas é uma tradição das tribos do Iêmen para alertar os líderes sobre alguma situação perigosa que estejam enfrentando. A ação não tem ligação com os direitos das mulheres de se cobrirem ou não. As iemenitas costumam usar roupas pretas que deixam apenas os olhos à mostra.
Assim como em algumas outras nações árabes, as mulheres estão na vanguarda dos protestos no Iêmen. Este mês, a ativista iemenita Tawakkul Karman recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o regime de Saleh. Outras, defensoras do regime, reuniram-se diante de um prédio da ONU.
Leia na íntegra: Mulheres queimam roupas por fim de ditadura no Iêmen (O Estado de S. Paulo – 27/10/2011)