(Blog do Sakamoto) Ao comentar em seu blog a resposta que o deputado federal Jair Bolsonaro deu à cantora Preta Gil no programa CQC, da TV Bandeirantes , o jornalista Leonardo Sakamoto relembra outras declarações polêmicas do ex-militar:
“Chamar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de figura folclórica seria um elogio desmesurado. É uma vergonha para o país que esse viúvo da ditadura militar ainda circule com poder pelos corredores do Congresso, defendendo as barbaridades do período mais tenebroso da história republicana brasileira e rasgando o respeito aos direitos fundamentais. Por outro lado, isso é, ao mesmo tempo, a maior prova de que somos uma democracia.”
“Outro bom exemplo aconteceu há algum tempo, quando ele colocou um cartaz na porta de seu gabinete na Câmara dos Deputados com os dizeres ‘Desaparecidos do Araguaia, quem procura osso é cachorro’, zombando das famílias de vítimas da Gloriosa e dos esforços do governo federal para encontrar as ossadas dos guerrilheiros mortos pela ditadura e enterradas em local que o Exército nega revelar. Vale lembrar que o PP é um dos filhotes da Arena, partido da ditadura.”
“Ou uma entrevista dada para a revista Isto é Gente, em 2000: ‘Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Ela era uma dona-de-casa. Por minha causa, teve 7 mil votos na eleição. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a freqüentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores. (…) Foi um compromisso. Eu a elegi. Ela tinha que seguir minhas idéias. Acho que sempre fui muito paciente e ela não soube respeitar o poder e liberdade que lhe dei’. Note o ‘que lhe dei’.”
“Outra frase de efeito: ‘O grande erro foi ter torturado e não matado’ – esta dita após seminário no Clube Militar, no Rio de Janeiro, em 2008, contra manifestantes do Grupo Tortura Nunca Mais e da União Nacional dos Estudantes. Segundo ele, essa teria sido a melhor solução para evitar que, hoje, pessoas perseguidas pela ditadura pedissem indenização ou reclamassem a justa e correta abertura dos arquivos que contam o que aconteceu na época.”
Leia o post completo: Não quero ser filho do Bolsonaro (Blog do Sakamoto – 29/03/2011)