Estudo foi feito com gestantes do Acre, estado com alto índice de malária
(Repórter Amazônia/EBC, 23/11/2018 – acesse no site de origem)
Durante dois anos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) acompanharam cerca de 600 gestantes infectadas com malária, que eram atendidas pela maternidade de Cruzeiro do Sul, na região do Alto Juruá, no Acre – área de grande incidência da doença.
O estudo aponta que as gestantes infectadas com malária possuem maior risco de terem filhos com microcefalia. A doença também está diretamente relacionada à anemia materna, risco de aborto, restrição no crescimento intrauterino, parto prematuro e baixo peso no nascimento.
Segundo o pesquisador Claudio Marinho, coordenador do trabalho, a microcefalia estava associada a outras infecções durante a gestação, como o vírus da zika. Apesar do estudo apontar perímetro cefálico reduzido nos bebês de grávidas infectadas por malária, em alguns meses, elas podem ter o quadro revertido e ter o tamanho do crânio normalizado, explica Marinho.
O pesquisador Claudio Marinho destaca que novos estudos precisam ser realizados para verificar o desenvolvimento dessas crianças. A pesquisa também reforça a necessidade de acompanhamento das gestantes.
A Amazônia concentra mais de 99% dos casos de malária do Brasil. Entre janeiro e setembro deste ano, cerca 140 mil casos foram registrados no país.