Em 2020, emergem as negras e as mandatas coletivas. Num país em que poder do patriarcado é mais opressor na política, elas enfrentam preconceito, violência e hierarquias para sustentar pautas do feminismo e do Comum
Em milhares de municípios brasileiros há candidaturas feministas antirracistas disputando, concorrendo às eleições, ainda que em campo minado. Os riscos são muito altos para essas candidatas! As bombas do racismo patriarcal e da mercantilização da vida detonam o debate político sobre os projetos de cidade que buscam construir sociedades com justiça racial, de gênero e ecossocial, enfrentando as desigualdades, afirmando a nossa diversidade, zelando pelos bens comuns nos municípios onde vivemos.
Nos municípios, territórios onde a vida cotidiana se concretiza, estão sendo lançadas sementes de feminismo, dos povos indígenas, do povo negro, da diversidade sexual, das periferias. Sementes que honram a memória de Marielle Franco, mesmo nesse contexto tão árido, tão violento, ainda assim germinam. Há muita indignação, articulação, discernimento e coragem de mulheres prontas para a resistência. E muitas outras brotarão depois.