(Senado Notícias, 25/05/2015) A procuradora da Mulher do Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lançou nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a campanha Mais Mulheres na Política, que busca garantir 30% das vagas na Casas legislativas para as mulheres. Ao apresentar o trabalho e o funcionamento da Procuradoria, a senadora defendeu o avanço do combate à exclusão de gênero e destacou a razão pela qual a campanha deve ser feita em todo o país.
– É justamente para que cada estado e cada cidade tome consciência da importância do que será votado em Brasília, que é a reforma política – explicou Grazziotin.
A senadora defendeu o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas, como forma de estancar a corrupção na vida pública e atacou o chamado “distritão”. Neste sistema, o quoeficiente eleitoral deixaria de existir, e as votações para deputados e vereadores não seriam mais proporcionais, e sem majoritárias. Assim, apenas os mais votados em cada estado ou município seriam eleitos, e a “sobra” dos votos individuais não iriam para outro candidato.
– Se o ‘distritão’ for aprovado, o sistema, que já é ruim, será ainda pior, pois a política será personalizada, em vez de ser programática – advertiu.
A audiência pública, que contou com a presença da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), foi proposta pelas deputadas estaduais Stela Farias (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB). A deputada Silvana Covatti (PP) abriu o encontro, em nome da presidência da Assembleia Legislativa, e deu as boas vindas às parlamentares estaduais, aos representantes de secretarias de estado e às entidades da sociedade civil.
A deputada Manuela D’Ávila atacou a proposta de reforma política que deve ser apreciada e votada ainda nesta semana em Brasília. Para a parlamentar, é necessário acabar com o financiamento privado das campanhas políticas, justamente por estarem na raiz da corrupção. Ela também protestou contra o “distritão”.
– Nós, mulheres, desapareceremos da política com a aprovação do distritão. Nós, mulheres e todos aqueles que representam opiniões – alertou.
Já deputada federal Maria do Rosário argumentou que a ampliação do espaço das mulheres no Legislativo será uma alternativa eficaz de se estabelecer uma nova ética e um novo olhar para a vida pública brasileira.
– A reforma política que o Brasil precisa deve possuir o olhar de gênero tornando a política brasileira em algo mais democrático – disse.
Apoio
Deputadas estaduais do Rio Grande do Sul como Miriam Marroni (PT) lamentaram que Brasil esteja vivendo um período de retrocessos e sugeriram que a bandeira de luta na reforma política seja o fim do financiamento privado de campanha. Zilá Breitenbach (PSDB) criticou a reforma política sem que as mulheres tenham sido ouvidas.
– A reforma dificultará ainda mais a ocupação dos espaços de poder por parte das mulheres – disse ela.
Para Any Ortiz (PPS), ser mulher e ser mãe não exclui a ideia de ser política.
– Defendo a unidade das mulheres na luta pela conquista de mais espaços na vida pública e que esta luta esteja acima das bandeiras partidárias – disse.
Já Liziane Bayer (PSB) salientou que “no Brasil ainda subsistam uma série de preconceitos que precisam ser vencidos, como a [necessidade de assegurar] maior presença de negros e negras nos espaços de poder”.
Para a vereadora de Porto Alegre Jussara Cony (PCdoB), é necessário continuar a luta para a construção de uma sociedade de iguais.
– É o momento de reforçar os partidos políticos com a participação das mulheres – defendeu a parlamentar.
Assessoria de Imprensa da Procuradoria da Mulher do Senado
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