(Spresso SP, 18/05/2016) “Em tempos políticos tão conturbados, integrar a Secretaria Municipal de Direitos Humanos é uma resposta a todo retrocesso que vem acontecendo. Me sinto motivada a lutar! A gente vê como o governo ilegítimo [no plano federal] não está preocupado com a nossa agenda e é importante que a gestão Haddad esteja, e que possamos dialogar com os movimentos sociais”, diz a mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), nomeada nesta quarta-feira (18) secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.
A filósofa é conhecida pela sua militância nos movimentos negro e feminista.
Djamila disse que o convite surgiu antes do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), e que é uma resposta pontual ao retrocesso sofrido com o governo interino de Michel Temer, que fundiu ministérios ligados aos direitos humanos – suprimindo suas especificidades, recursos e demandas – colocando-os sob a direção do Ministério da Justiça e Cidadania.
A recomposição dos ministérios, que passaram de 32 para 23, também foi alvo de críticas por conta da ausência de mulheres e negros na liderança das pastas.
“A representatividade é importante, porque não basta ser mulher e mulher negra, mas tem que estar comprometida com as questões, e eu estou. Comprometida com as pautas feministas, com a questão racial, com a agenda dos direitos humanos no Brasil”, enfatiza Djamila.
A secretária-adjunta permanecerá em exercício, junto ao secretário Felipe de Paula até o final de dezembro, quando termina a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), mas deixa um recado aos cidadãos e cidadãs de São Paulo: “Como secretária-adjunta eu vou fazer o máximo possível por essa cidade, fazer o trabalho que ela merece. Que tenhamos um olhar interseccional e, sobretudo, descentralizado, buscando a população das periferias, em maioria jovens negras e negros”.
Norma Odara
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