(Olhar Direto, 26/08/2015) A Comissão de Direito Eleitoral e a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB-MT) promoveram, na noite desta terça-feira (25) o evento denominado “A participação feminina na política e em outros segmentos”.
Conforme o advogado Jackson Coutinho, presidente da Comissão de Direito Eleitoral, o objetivo é inserir a mulher cada vez mais na política e seguimentos classistas.
“Nossa intenção é fomentar os debates sobre quais são as políticas públicas que incentivam a mulher a participar da política e dos seguimentos sindicais e seguimentos de classe. Nós notamos, no entanto, que há uma timidez delas participarem. O que a gente está tentando com esse debate é justamente mostrar a elas que há a OAB sempre esteve à disposição das mulheres”, afirmou Coutinho.
Segundo ele, quando o assunto é política, é necessário ainda mais incentivo às mulheres. “Na questão da política, já demos o pontapé inicial, que seria os 30% de cota de gêneros. Acontece que não basta só colocar a mulher lá e dizer: olha, você vai participar da chapa enviada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Tem que ter uma política de incentivos. Precisamos efetivar que o fundo partidário seja destinado às políticas públicas e, com isso, já haverá uma grande possibilidade da mulher ascender na política brasileira”, ressaltou.
A desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas, segunda mulher a presidir o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o machismo não prospera diante da mulher moderna. “A participação feminina hoje é inegável em todos os ramos e seguimentos da sociedade civil e a nossa torcida é que isso se estenda e que as mulheres ocupem seu verdadeiro espaço, com bastante competência, com bastante naturalidade. Aquele pequeno ranço de machismo que ainda existe não encontra outro caminho a não ser recuar diante nova mulher moderna”.
Única mulher a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Janaína Riva diz que há uma preocupação sobre o número “pífio” de mulheres na vida pública. “A participação das mulheres no estado de Mato Grosso caiu nas últimas eleições. Essa é uma preocupação que nós temos, das mulheres acabarem não crescendo na vida pública e esse número continuar tão reduzido e pífio como é hoje. Eu acho que esse debate da OAB é extremamente importante, até para falarmos em estatísticas, para se comprovar a importância da participação da mulher na política”.
Conforme o presidente da OAB-MT, Maurício Aude, o projeto “A participação feminina na política e em outros segmentos” teve início na Comissão de Direito Eleitoral, que é composta, em sua maioria, por homens.
“A concretização de uma nova visão da Ordem em relação aos direitos da mulher. A participação da mulher no meio político, seja partidário, seja classista, aos direitos da mulher como um todo, não só da mulher advogada. Esse evento começou na Comissão de Direito Eleitoral, que tem presidente, vice e a maioria composta por homens. Então foram homens que pensaram em trazer à discussão essa matéria na OAB. Isso mostra que a atuação da Comissão tem trazido resultados”, avaliou Aude.
O presidente da Caixa de Assistência aos Advogados e pré-candidato à sucessão de Aude nas eleições que acontecem em novembro, Leonardo Campos, a participação das mulheres é fundamental. “Nós aplaudimos a Comissão de Direito Eleitoral da OAB, de trazer essa discussão no momento propício, em um momento de ano eleitoral, para que possamos despertar no processo eleitoral a atenção voltada para as mulheres para que elas cada vez mais os espaços na Ordem. A nossa gestão à frente da Caixa de Assistência aos Advogados já foi uma gestão que contemplou a advogada”.
A vice-presidente da OAB, que se licenciou do cargo para disputar a eleição de novembro, afirmou que aos poucos as mulheres estão ocupando espaços. “Nós estamos vivendo um novo tempo. As mulheres já são maioria da população brasileira, maioria das advogadas no Brasil, e nós percebemos que aos poucos as mulheres estão ocupando espaços. Então, a nossa avaliação é que nós precisamos fazer esses movimentos, nos unir. E quando eu falo em união, falo entre homens e mulheres, para que as mulheres possam se engajar nesses processos de decisão, ocupar espaços. Nós temos que combater qualquer tipo de discriminação contra a mulher e, para isso, nós precisamos também dos nossos colegas, dos homens. Aqui na nossa política de classe para as mulheres terão ascensão”.
A vice-presidente do Piauí, Margarete Coelho, que também é advogada, salientou que “hoje há uma mobilização das mulheres nas categorias de classe e a OAB não pode ficar fora desse debate.A movimentação atende o anseio das mulheres”.
Flávia Borges
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