13/03/2011 – Apesar dos obstáculos, as mulheres estão podendo

14 de março, 2011

(O Estado S. Paulo) “Sim, a mulher pode!” A frase da presidenta Dilma Rousseff, proferida em seu primeiro discurso, foi tema do “Feminino”. O suplemento semanal do Estadão entrevistou as nove ministras e conversou também com alguns estudiosos sobre o atual momento da mulher na política brasileira. 

mulheres_politicaA máteria ressalta que o país possui hoje o quadro político mais feminino de sua história. “É um marco que põe luz sobre a força da mulher brasileira e sua capacidade para acabar com um conjunto de práticas discriminatórias e desigualdades”, afirmou Iriny Lopes, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres. No segundo escalão, os cargos preenchidos por mulheres cresceram 75%.

A maior participação das mulheres na vida política nacional, de acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, não é apenas uma demanda das brasileiras. “É, mais do que isso, um déficit da democracia no Brasil.”

Para Teresa Sacchet, do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), na política, o maior preconceito está embutido nas regras do jogo e nas estruturas, que valorizam e recompensam atributos tradicionalmente masculinos. “Nas últimas eleições para o cargo de deputado federal, elas tiveram uma arrecadação média de R$ 77.501, enquanto a dos homens foi de R$ 211.677”, exemplifica a cientista política.
José Eustáquio Diniz Alves, especialista em demografia e professor titular de mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence/IBGE), complementa que “as legendas são historicamente controladas por homens, têm práticas sexistas e não dão espaço às mulheres“.
A ministra da Secretaria de Igualdade Racial, Luiza Bairros, defende que o olhar feminino não é diferenciado só pelo aspecto biológico. “Ao longo do tempo, fomos construindo um ponto de vista a partir da posição social e cultural que ocupamos, geralmente nos patamares de maior desvantagem“, afirma. “Isso nos traz percepções bem diferentes de quem viveu no topo. É um conhecimento fundamental para darmos conta e enxergarmos as principais questões da mulher brasileira.”

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