(Terra, com informações da Agência AFP) A candidata do Partido Ação Nacional (PAN) Josefina Vázquez, uma economista de 51 anos, é a primeira mulher a disputar a Presidência por um dos grandes partidos do México, mas sua campanha desvaneceu em meio à críticas ao seu partido no governo.
Vásquez tentou se distanciar do governo do presidente Felipe Calderón e do desgaste produzido por sua luta militar contra as drogas, lançada em dezembro de 2006 e que deixou 50.000 mortos.
“Não quero chegar à Presidência apenas porque sou mulher, mas pelo o que proponho”, disse à AFP esta ex-deputada, duas vezes ministra, do Desenvolvimento Social e da Educação, e que assegura que, apesar de sua tradicional cultura machista, o México está preparado para ser governado por uma mulher, como acontece no Brasil e na Argentina.
Em fevereiro, Vázquez conseguiu se impor na disputa pela candidatura de seu partido contra Ernesto Cordero, secretário de Fazenda de Calderón e preferido do presidente.
Ao iniciar oficialmente sua campanha pela Presidência, no final de março, as pesquisas de intenção de voto indicaram que estava na segunda posição, atrás do favorito Enrique Peña Nieto, que representa o Partido Revolucionário Institucional (PRI).
Mas uma série de erros estratégicos e incidentes logo no início da campanha obrigaram a candidata a mudar parte de sua equipe apenas uma semana e meia depois.
“Os conflitos internos do partido consumiram energia política. Devemos superá-los para recomeçar com mais força”, disse.
No entanto, em vez de ressurgir, foi relegada ao terceiro lugar, o que levantou questionamentos de importantes vozes do seu partido, inclusive do ex-presidente Vicente Fox (2000-2006), que lançou sua carreira política ao nomeá-la ministra do Desenvolvimento Social, quando ressaltou que “só um milagre” poderia impedir o triunfo do PRI.
Antes de sua aparição na arena política, Vázquez era conhecida em alguns círculos por suas colunas em jornais de economia e pelo livro best-seller “Deus, por favor me faça uma viúva”, no qual apela para o crescimento pessoal e para a independência das mulheres.
Nascida em 20 de janeiro de 1961 na Cidade do México, Vázquez é casada com o empresário Sergio Ocampo e é mãe de três filhas. Formou-se em Economia na Universidade Iberoamericana e é considerada próxima da hierarquia da Igreja Católica.
Como secretário de Desenvolvimento Social lançou programas para tirar milhões de mexicanos da pobreza, tais como o fornecimento de crédito para as mulheres e melhorias na habitação rural.
Deixou o cargo em 2006 para ingressar na campanha para a eleição presidencial de Felipe Calderón, que após chegar ao poder a nomeou secretária de Educação.
Nesta pasta manteve pulso firme com a poderosa e polêmica líder do sindicato dos professores, Elba Esther Gordillo, especialmente quanto à implementação de uma prova para medir a qualidade dos professores.
Renunciou ao cargo em 2009 e se apresentou à Câmara dos Deputados, onde assumiu o cargo de coordenadora da bancada do PAN, uma função que abandonou em setembro do ano passado para concorrer à nomeação presidencial do seu partido.
Acesse em pdf: Josefina Vázquez, uma mulher na disputa pela Presidência do México (Terra – 28/06/2012)