(Patrícia Negrão, da Agência Patrícia Galvão) “As mulheres que não fazem parte do sistema político ocupado por homens chegam a Brasília para dizer que existem, que têm exigências, demandas e rumo para a sociedade”
Leia a entrevista na íntegra:
Guacira de Oliveira – socióloga do colegiado de gestão do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras e do Fórum de Mulheres do Distrito Federal
Brasília/DF
Tels. (61) 3224.1791 / 9984.5616 – [email protected]
“A Marcha das Margaridas é uma importante agenda de luta dos movimentos de mulheres que coloca, de maneira expressiva, no centro do poder, uma pauta diversificada e que mostra a complexidade e as mudanças que as mulheres produzem no país. Há mais de um ano começou a construção da Marcha deste ano, com os primeiros seminários para discutir a pauta, a agenda.
Foram meses e meses de mobilização; 500 mil rifas vendidas, além de festas e churrascos organizados por mulheres em todo o Brasil, para garantir uma parte dos recursos para discutir a agenda e vir a Brasília.
As trabalhadoras rurais, as mulheres da floresta, as ribeirinhas – mulheres que não fazem parte do sistema político ocupado por homens – chegam a Brasília para dizer que existem, que têm exigências, demandas e rumo para a sociedade. E elas não estão olhando só para si mesmas, o que já seria muito importante, mas para o Brasil todo
Hoje, o governo federal está envolvido em dar uma resposta para essa agenda construída pelas mulheres. Já foram feitas reuniões em todos os ministérios, muitas delas com a presença do ministro ou ministra do cargo ou um secretário que o representasse.
As mulheres do campo têm o protagonismo da Marcha; elas fundaram a mobilização e a consolidaram com anos e anos de organização e muito trabalho. Hoje, na Contag, há mulheres poderosas e comprometidas, como a Carmen Foro. O fato de termos a primeira presidenta do Brasil também estimulou as mulheres a serem mais proativas, mais exigentes, a construir uma pauta mais forte.”