Número de mulheres em parlamentos cresce apenas 0,5% em 2015

04 de março, 2016

(Rádio ONU, 04/03/2016) Documento da União Interparlamentar, UIP, mostra “preocupante” aumento de apenas 0,5% na participação feminina; mulheres atualmente representam 22,6% dos parlamentares; relatório foi lançado em antecipação ao Dia Internacional da Mulheres.

Leia também: Dia Internacional da Mulher é destaque do Especial Cidadania do Jornal do Senado (Agência Senado, 0703/2016)

Um aumento no número de mulheres presidentes de Parlamento em 2015 e alguns sucessos regionais estão entre os poucos destaques do que a União Interparlamentar, UIP, considerou “mais um ano decepcionante” em relação à participação feminina nos parlamentos.

O documento “Mulheres nos Parlamentos 2015” foi divulgado em antecipação ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

Aumento Baixo

A publicação mostra que pelo segundo ano consecutivo, o número de mulheres integrantes de parlamentos em todo o mundo teve um “preocupante” aumento de apenas 0,5%. Elas agora representam 22,6% dos membros de parlamentos.

A UIP defende que, apesar deste número ser recorde e representar uma continuação da tendência de alta, o índice do progresso em 2015 foi mais um recuo em comparação ao aumento de 1,5% observado em 2013.

Este salto à frente havia levantado esperanças de que se tal índice de avanço pudesse ser contínuo, a paridade de gênero no parlamento poderia ser alcançada dentro de uma geração.

Para a UIP, com a porcentagem de mulheres nos parlamentos do mundo crescendo apenas 6,4% nos últimos 10 anos, o “passo de tartaruga” de 2015 fez pouco para “inspirar confiança de que essa tendência mude tão cedo”.

Recorde

Por outro lado, a UIP mostra um aumento mais positivo em relação a mulheres presidentes de parlamentos: de 43 para 49, um recorde de 17,9%  entre os 273 postos em todo o mundo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que a “comunidade internacional estabeleceu novas metas sobre igualdade de gênero e a plena e igual participação das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão nos próximos 15 anos”.

O chefe da União Interparlamentar, Martin Chungong, afirmou, no entanto, que as estatísticas da agência sobre mulheres no parlamento mostram a “necessidade urgente de soluções criativas e mudança de mentalidades” para que haja uma chance de alcançar as metas de “participação política e empoderamento”.

Américas, África e Europa

Na região das Américas, que tem tido de forma consistente a média regional mais alta de mulheres parlamentares, elas agora representam 27,2% , um aumento de 0,8%.

A África Subsaariana teve um aumento 0,7%, com uma média regional de 23,2%. Os maiores ganhos foram na Etiópia e na Tanzânia, devido principalmente às cotas.

A média regional na Europa subiu 0,4% para 25,4% de mulheres parlamentares. Cotas voluntárias adotadas por partidos políticos no Reino Unido e uma lei sobre igualdade na Espanha tiveram grande impacto em ambos os países com números recordes de mulheres eleitas para o parlamento.

Segundo a UIP, o mundo árabe continua avançando em relação à participação política feminina, aumentando sua média regional em 0,3%.

As regiões da Ásia e do Pacífico, no entanto, permaneceram praticamente estáticas, com um aumento de apenas 0,1% em seus números de mulheres no parlamento.

Nos últimos 10 anos, estas foram as regiões com progresso mais lento na questão.

Caminho Adiante

Segundo a UIP, os resultados das eleições parlamentares em 2015 mostram, mais uma vez, que “cotas e sistemas de representação proporcional são mais eficazes na obtenção de mais mulheres no parlamento”.

No entanto, o sucesso continua dependendo de como estas medidas ou sistemas são implementados.

O relatório da instituição também destaca a necessidade de enfrentar impedimentos a mulheres para que concorram aos cargos. A UIP cita falta de financiamento adequado para campanhas e reitera o papel fundamental dos partidos políticos na mudança da situação.

Laura Gelbert

Acesse no site de origem: Número de mulheres em parlamentos cresce apenas 0,5% em 2015 (Rádio ONU, 04/03/2016)

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