A página de Facebook Eu Empregada Doméstica, criada pela historiadora e rapper Preta Rara, já mostrou centenas de histórias de abusos contra diaristas e empregadas domésticas. Chamou a atenção do mundo todo. E agora vem fazendo uma campanha para mostrar os anúncios que se colocam em redes sociais pedindo trabalhadoras.
(Gazeta do Povo, 08/06/2017 – acesse no site de origem)
Os anúncios mostram o quanto o trabalho das domésticas pode ser desvalorizado (com ofertas que incluem R$ 5 por hora de trabalho e até mesmo trabalho gratuito em troca de moradia). E ainda revelam que, mesmo à luz do dia, há quem fale sobre atividades sexuais como parte da tarefa.
Os anúncios são todos marcados na página com a hashtag #anuncioabusivo. Veja 10 exemplos abaixo e procure mais no Facebook.
Preços abusivos
Há quem ofereça R$ 60 por dia ou até menos.
R$ 5 por hora
No caso do trabalho de R$ 800, a oferta é de oito horas por dia, o que significa R$ 5 por hora trabalhada.
Fica pior
Pode ficar pior: tem quem ofereça R$ 200 por mês, e se recusa a pagar o transporte.
Babá na liquidação? Tem também
As babás, que têm a imensa responsabilidade de cuidar da vida de uma criança, não se saem muito melhor. Há quem ofereça R$ 160 por um mês inteiro.
Pode até ser favelada
Outro anúncio fala em R$ 40 por dia. Pode ser das comunidades (favelas), desde que “seja de respeito”.
De graça? Por que não?
Em pelo menos um caso houve a oferta de trabalho gratuito, em troca de moradia. É o pessoal radicalizando a reforma trabalhista do Temer?
Manda uma foto primeiro
Mas claro que as exigências são sempre muitas. Inclusive viajar com a família, trabalhar fim de semana e NÃO TER FILHOS. E, ah, detalhe, um perfil com foto é requisito. COM FOTO.
Sexo incluso
Este camarada aqui mandou mensagem deixando claro que exigia sexo com a doméstica que, aliás, era comprometida.
Tem que ser feia e gorda
Já este outro exige uma empregada feia por um motivo grotesco.
Domésticas, essas tranqueiras
E evidente que depois de cumprir com todas as exigências bizarras as empregadas ainda são vistas como “tranqueiras” e empecilhos á boa vida.
Rogerio Waldrigues Galindo