Assédios contra mulheres não apresentaram trégua, mesmo no trabalho remoto
Ao contrário do que muitos e muitas imaginam, os assédios contra as mulheres não apresentaram trégua, mesmo em época de trabalho remoto. Foi justamente o que constatou o New York Times, o Jornal O Globo e o Instituto Patrícia Galvão, em pesquisa divulgada.
Segundo os aludidos jornais e sites, os abusos continuam e, em muitas situações, se intensificaram. Foi apurado que se tornou mais fácil para alguns, praticar abusos e assédios contra as pessoas mais vulneráveis. Quanto mais vulnerável o segmento, mais facilidade é encontrada em se praticar crimes contra elas.
A bem da verdade, é possível ouvir relatos de mulheres que passaram a exercer o labor de dentro de casa, remotamente, e os olhares para onde elas se encontram e que roupa estão usando ficam evidentes. Muitas vezes veladamente. Contudo, outras tantas, explicitamente.
A surpresa aos pesquisadores e pesquisadoras foi o poder de exercer assédios e abusos por câmeras, texto, vídeo, etc., que acabam se constituindo em ações não monitoradas, e não registradas. Em ambiente presencial, existe a possibilidade de pessoas ouvirem ou presenciarem os atos. Todavia, virtualmente, algumas vezes apenas a vítima e o assediador se encontram.
Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.