Cinco anos após a pandemia, sobrecarga de trabalho e cuidado segue marcando a vida das mulheres brasileiras

Exhausted African American employee working on project

Foto: Freepik

16 de dezembro, 2025 Revista Afirmativa Por Luana Miranda

Pesquisa Sem Parar 2025 revela que 60% das mulheres sentem cansaço extremo e muitas dores físicas

A Sempreviva Organização Feminista (SOF), em parceria com a Gênero e Número e com o Ministério das Mulheres, realizou uma nova pesquisa intitulada “Sem Parar 2025: O trabalho e a vida das mulheres 5 anos após a pandemia”. O estudo foi lançado no dia 11 de dezembro e teve como objetivo identificar as mudanças na vida das mulheres desde o início da pandemia, além de verificar como ocorre a distribuição de renda, responsabilidades domésticas e cuidados.

A investigação deu continuidade a um trabalho iniciado no primeiro semestre de 2020, quando foi lançada a primeira pesquisa Sem Parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia. Nesse estudo inicial, foi revelado que 50% das mulheres brasileiras se tornaram responsáveis pelo cuidado de outros indivíduos durante a pandemia do convid-19. Após cinco anos, a pesquisa foi retomada a fim de compreender como essa dinâmica se estabelece na atualidade, e constatou que apesar do contexto pandêmico ter sido superado, a carga de trabalho adquirida no período ainda não foi reduzida, ocasionando um desgaste físico e emocional gerado pelo acúmulo de funções e sobrecargas da rotina cotidiana.

Como consequência, 60% das entrevistadas apresentaram muito cansaço e muitas dores físicas, 57% relataram trabalhar mais de 40 horas semanais, sendo que 19% sinalizou que a jornada de trabalho aumentou na pandemia e não diminuiu mais.

Outro dado que chama a atenção se refere ao trabalho doméstico, 43% das mulheres são as únicas responsáveis por todo o trabalho nos lares e não recebem nenhum tipo de remuneração para isso. Em referência aos cuidados, 48% das mulheres são responsáveis por cuidar de pessoas, em sua maioria crianças e idosos, que correspondem respectivamente a 37,2% e 25,1%. A sobrecarga chegou a aumentar 13% em relação à pesquisa de 2020.

Entre as mulheres entrevistadas, 53,4% se autodeclararam negras e 46,1% brancas, enquanto amarelas e indígenas corresponderam a 0,5% dos casos. 80% se declararam heterossexuais e mais de 30% residiam com os companheiros.

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