Jornadas exaustivas, falta de protocolo e equipamentos de proteção estão entre os problemas de uma classe formada por 85% de mulheres no Brasil. Confira a primeira reportagem da cobertura especial d’AzMina com a Gênero e Número
(AzMina, 19/03/2020 – acesse na íntegra no site de origem)
Nos treinamentos que recebeu nos últimos dias sobre o atendimento a pacientes com suspeita de coronavírus, uma enfermeira do Hospital São Paulo (da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp) foi informada de que um dos equipamentos de proteção, a máscara N95 (cujo filtro bloqueia até 95% das partículas em suspensão), terá uso restrito.
“Fomos orientadas a utilizar a máscara por sete dias, o que eu achei um absurdo. Segundo o fabricante, é por período. Vamos ter que guardar a nossa máscara e trocar a cada semana. Se não tiver nenhum dano, a gente vai permanecer com ela”, diz a enfermeira, cuja identidade será preservada pela reportagem.
A validade dessa máscara, de maior proteção que a cirúrgica, varia de acordo com cada situação e cada fabricante. Ela deve ser guardada em sacos de papel ou de plástico (desde que furados) e, dependendo da condição em que seja usada, deve ser descartada imediatamente, segundo um dos fabricantes. Com tantas variáveis em uma situação de pandemia e quase 2 milhões de profissionais de enfermagem distribuídos pelo país, as dúvidas sobre protocolos são um dos problemas enfrentados pela classe no Brasil.
No país, 84,7% dos auxiliares e técnicos de enfermagem são mulheres. Entre os profissionais com ensino superior, elas são 86,2%, segundo a “Pesquisa Perfil da Enfermagem”, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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Por Leticia Ferreira, repórter da Revista AzMina, e Lola Ferreira, repórter da Gênero e Número
Leia na íntegra no site d’AzMina