Unfpa: sem investir nas meninas, países não cumprirão Agenda 2030

20 de outubro, 2016

Relatório “O Estado da População Mundial” mostra que nações em desenvolvimento podem obter lucro de US$ 21 bilhões se as alunas de 10 anos conseguirem completar ensino secundário.

(Rádio ONU, 20/10/2016 – acesse no site de origem)

O Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, lança esta quinta-feira o relatório “O Estado da População Mundial 2016”, focando na importância dos países garantirem que os direitos das meninas sejam respeitados.

O Unfpa explica que se todas as alunas de 10 anos completarem o ensino secundário, os países em desenvolvimento poderão obter, por ano, US$ 21 bilhões em dividendos.

Gravidez

Em Nova York, a Rádio ONU entrevistou o assessor senior do Unfpa, Elizeu Chaves, que explicou os impactos da vulnerabilidade das meninas.

“A falta de investimento nas meninas a gente pode chamar de pobreza planejada. Não tem alternativa: ou a gente investe nesses 60 milhões de meninas ou a gente vai ter que encarar desafios muito piores pela frente. O caso da Índia, por exemplo, que perde US$ 56 bilhões por ano em ganhos que poderiam existir por conta da gravidez na adolescência, do abandono escolar e da falta de emprego. Tem outro estudo, o caso de Níger. Se a gente tiver a eliminação do casamento infantil, o país pode ganhar benefícios da ordem de US$ 25 bilhões.”

Segundo Elizeu Chaves, se os direitos das meninas não forem respeitados, como o acesso à educação, os países não conseguirão cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Casamento

O relatório do Unfpa destaca que entre as meninas de 10 anos, nove em 10 vivem em países em desenvolvimento. O casamento forçado é realidade para muitas: por dia, mais de 47 mil meninas menores de 18 anos se casam.

Cerca de 10% das meninas entre cinco e 14 anos passam 28 horas por semana cuidando de tarefas domésticas, o dobro do tempo dos meninos.

Para cada ano frequentando a escola, o benefício no futuro será de um adicional de 11,7% nos salários. Mas ainda assim, 16 milhões de alunas dos seis aos 11 anos nunca começam o ano letivo, o dobro na comparação com os meninos.

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