Adolescente de 13 anos Keron Ravach, morta a pauladas no Ceará, em janeiro, se tornou a vítima mais jovem no levantamento feito desde 2018 pela Antra. ‘Nunca houve um momento tão vulnerável e violento como o que estamos vendo agora’, diz autora do boletim.
( G1 | 07/07/2021 | Por Luciana de Oliveira)
O Brasil teve 80 pessoas transexuais mortas no 1º semestre deste ano, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Uma delas foi a adolescente Keron Ravach, de 13 anos, assassinada a pauladas em janeiro, no Ceará. Ela se tornou a vítima mais jovem na história do monitoramento, que é feito pela Antra há 4 anos. Segundo a polícia, ela foi morta por um rapaz de 17 anos.
Em caso recente de violência contra pessoas trans, outro menor de idade é suspeito de atear fogo a Roberta da Silva, de 33 anos, no último dia 24, no Recife. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde então e teve um braço e parte de outro amputados.
“Nunca houve um momento tão vulnerável e violento para pessoas trans como o que estamos vendo agora”, diz Bruna Benevides, coautora do levantamento.
O relatório da Antra é feito a partir de reportagens e relatos de organizações LGBTQIAP+. A associação denuncia que não existem dados oficiais e, por isso, entende que o número de assassinatos entre janeiro e junho deste ano pode ter sido ainda maior.
O Brasil se manteve em 2020 como o país o que mais mata trans e travestis: ao longo daquele ano foram 175 assassinatos.