O abuso é caracterizado por desprezo ou subvalorização de sintomas relatados pelas pacientes e pode resultar em sérios riscos
(Veja | 08/04/2022 | Por Paula Felix)
[…] O conceito [gaslighting] é mais conhecido por designar situações que acontecem nos ambientes domésticos ou de trabalho, mas começa a ser aplicado para intimidações feitas dentro dos centros de saúde contra as mulheres. Elas são numerosas e cotidianas. É difícil encontrar pacientes que nunca tenham sido questionadas à exaustão sobre suas queixas ou, pior, tê-las ignoradas ou subvalorizadas por médicos e médicas. É com facilidade irritante que demasiadas vezes a paciente descreve ao profissional os desconfortos que sente e ouve em seguida três frases: “você está estressada”, “isso é psicológico” ou “a dor que sente é normal”. Não é. E nenhuma informação de saúde deve ser desconsiderada, muito menos por vir de uma mulher. Exatamente por isso ganha força nos Estados Unidos a primeira mobilização contra o gaslighting médico cometido com a população feminina. Organizado por vítimas do abuso, o movimento acontece nas redes sociais com a disseminação de hashtags sobre o tema.