(IG| 25/05/2022 | Por Dimítria Coutinho)
52% das vítimas de abuso e violência em relacionamentos também foram espionadas por um stalkerware, sistema que monitora dispositivos – sobretudo celulares – de forma oculta. A informação é da pesquisa “Stalking online em relacionamentos”, realizada a pedido da Kaspersky pela empresa de pesquisa Sapio.
O levantamento, que ouviu 21 mil participantes de 21 países, incluindo o Brasil, mostrou também que 30% dos brasileiros acha aceitável espionar o parceiro. Do total, 14% acham normal fazer o rastreamento, enquanto 16% acreditam que a ação é justificável apenas em determinadas situações, como suspeita de traição.
Em evento realizado pela Kaspersky nesta quarta-feira (25), Milena Lima, delegada de polícia especializada em crimes online e violência contra a mulher, diz que a prática de espionar o dispositivo do parceiro sem consentimento é crime. Além disso, ela afirma que esse pode ser o primeiro passo para outros tipos de violência, como a física ou sexual. “Esse pequeno monitoramento obsessivo pode gerar consequências graves”, alerta.
A pesquisa também revelou que mulheres são as maiores vítimas de stalkerware. Para Raquel Marques, presidente da Associação Artemis e doutora em Saúde Coletiva pela USP, isso acontece por “uma soma de fatores culturais”.