Até quando pesquisadoras-mães serão desrespeitadas no Brasil?

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Mulher grávida utilizando um notebook. Foto: Freepik

08 de janeiro, 2024 Folha de S. Paulo Por Redação

Os termos de um parecer do CNPq sobre um projeto de pesquisa para obtenção de bolsa produtividade submetido ao órgão pela professora-doutora Maria Carlotto, pesquisadora e docente da UFABC, chocou boa parte da comunidade científica brasileira.

Nele, o/a parecerista reconheceu o mérito da pesquisa, mas negou a bolsa à pesquisadora em razão da ausência de estágio de pesquisa no exterior, decorrente das gestações que “atrapalharam” a carreira da docente. Não foi o único parecer misógino e assediador explicitado nas redes sociais nos últimos dias, infelizmente. Entretanto foi o mais paradigmático do anacronismo das agências de fomento à pesquisa científica no Brasil.

Em nota, o coletivo de pesquisadoras-mães Parent in Science, com atuação nacional e reconhecimento internacional, repudiou o caráter misógino e assediador do parecer e cobrou uma resposta do CNPq em relação à falta de consistência e transparência nos critérios de avaliação adotados.

Vladimir Safatle, professor titular da USP, chamou atenção para o fato de que o referido parecer foi escrito por pares, isto é, um/uma colega de trabalho considera que a maternidade “atrapalha” a carreira científica da candidata. Débora Diniz, por sua vez, professora e pesquisadora da UnB, reforçou as críticas acima e foi além ao chamar atenção para o caráter colonialista do parecer ao considerar o estágio de pesquisa no exterior como algo central para a validação de uma pesquisa científica.

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