(O Estado de S. Paulo, 02/01/2016) Apenas três dos dez casos de estupro denunciados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trote, instalada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para apurar abusos em instituições de ensino, resultaram em sindicâncias. Relatório da Rede de Proteção às Vítimas de Violência nas Universidades, formada por estudantes, professores e ativistas de direitos humanos, obtido pelo Estado, mostra que somente um aluno, acusado de abusar sexualmente de duas colegas, foi punido com suspensão. Seis casos são da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Leia também: Socióloga vai presidir projeto de igualdade de gêneros na USP (O Estado de S.Paulo, 22/12/2015)
O documento aponta também que equipamentos criados pela principal universidade do País, como o Centro de Direitos Humanos, não surtiram o efeito esperado e teriam servido para “proteger a imagem da instituição”. A USP, porém, afirma que foi a instituição que mais tomou providências entre as citadas na CPI, entre elas a instalação de uma ouvidoria e a convocação de fóruns de debate sobre violência, álcool e intolerância.
A CPI do Trote foi instalada em dezembro de 2014, depois de duas estudantes da FMUSP denunciarem, em audiências públicas, terem sido estupradas por colegas em festas. Além de estupros, houve relatos de homofobia, machismo, racismo e violência nos trotes.
Leia a íntegra no Portal Compromisso e Atitude: De 10 estupros levados a CPI, 3 viram sindicância e só 1 aluno da USP é punido (O Estado de S. Paulo, 02/01/2016)