Segundo os profissionais, a menina enfrentaria um “trauma psicológico” caso prosseguisse com a gestação.
(HuffPost Brasil, 19/05/2017 – acesse no site de origem)
Nesta semana, na Índia, uma decisão judicial autorizou o aborto para uma menina de 10 anos estuprada sistematicamente pelo seu padrasto.
Um grupo de médicos do estado de Haryana, no norte do país, aceitou a petição para interromper a gravidez de 21 semanas da criança, de acordo com informações da BBC.
Segundo os profissionais, a menina enfrentaria um “trauma psicológico” caso prosseguisse com a gestação.
À BBC, a mãe explicou que o padrasto violava a menina enquanto ela estava fora de casa trabalhando. Ele ameaçava a criança para que ela não contasse nada para ninguém.
O homem foi detido após denúncia e confessou o crime.
O caso é uma excepcionalidade, já que a lei indiana tem duras restrições ao aborto e só permite a interrupção até 20 semanas de gestação, exceto quando há perigo de vida para a mãe.
A Índia é um dos países com as maiores taxas de abuso infantil. Dados da UNICEF revelaram que mais de 10 mil crianças foram estupradas no país em 2015, por exemplo.
Na maioria dos casos, o abusador é um conhecido da criança – familiar, vizinho ou amigo – e as vítimas são de famílias pobres e vulneráveis. É recorrente, ainda, o abuso de meninos.
Apesar da quantidade de abusos, a cultura indiana tende a proteger os abusadores, por se tratarem de homens chefes de família, argumentam ativistas que defendem a legalização do aborto.
O endurecimento da lei foi solicitado em resposta aos abortos seletivos e feticídios de meninas.
Por Ana Beatriz Rosa
Repórter de Vozes, Mulheres e Notícias, HuffPost Brasil