(RFI, 15/11/2018 – acesse no site de origem)
De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), que compilou dados vindos de 23 países da região, 2.795 casos de feminicídio foram registrados nessa parte do mundo em 2017. Quase metade dessas vítimas (1.113) foram assassinadas no Brasil.
Porém, mesmo sem em números absolutos os brasileiros lideram o triste ranking, “quando se compara a taxa para cada 100 mil mulheres, esse fenômeno alcança uma extensão em El Salvador que não se encontra em nenhum lugar da região”, explica a Cepal. O país teve 345 homicídios de mulheres por razões de gênero no ano passado, o que representa 10,2 para cada grupo de 100 mil. No Brasil, em razão de sua grande população, para100 mulheres, 1,1 feminicídio foi registrado.
As estatísticas são fruto de informações do Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e Caribe (OIG) da Cepal. A entidade avalia, há 15 anos, o número de homicídios de mulheres cometidos por razões de gênero na região.
18 países mudaram legislação para tipificar feminicídio
O documento também chama a atenção para a situação na Guatemala, República Dominicana e Bolívia, com índices de feminicídio superiores a 2 casos para casa 100 mil mulheres. Entre os países avaliados, apenas Panamá, Peru e Venezuela registraram números inferiores a 1/100.
Já Colômbia e Chile apresentaram taxas de 0,6/100 e 0,5/100, respectivamente. Mas, em ambos os casos, os países informam apenas os ocorrências de “feminicídio íntimo” (cometido por parceiros ou ex-parceiros.
Pelo menos 18 países latino-americanos modificaram sua legislação para tipificar o delito de feminicídio. Brasil, Argentina, México e Colômbia fazem parte do grupo. Porém, “nem a tipificação dos delitos nem a sua visibilidade estatística foram suficientes para erradicar este flagelo que nos alarma e nos horroriza todos os dias”, declarou Alícia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, que considera o feminicídio “a expressão mais extrema da violência contra as mulheres“.