Bruno foi condenado a 20 anos de prisão por assassinar Eliza Samudio. O crime cometido em 2010 teve repercussão nacional por envolver o então goleiro titular do Flamengo, Bruno Fernandes. Eliza tinha 25 anos à época e um filho com o atleta. Depois de conflitos por conta da gravidez e pedidos para que ela fizesse um aborto, Bruno foi denunciado por ela à polícia por agressão. Mesmo após as denúncias, Eliza foi vítima de cárcere privado, estrangulamento e esquartejamento.
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Em julho de 2019, o goleiro passou a cumprir a pena em regime semiaberto e, em outubro, voltou ao futebol, no time mineiro Poços de Caldas, com direito a tietagem, autógrafos e selfies com torcedores. Agora o jogador acerta um contrato com o time baiano Fluminense de Feira.
Após exibir uma reportagem sobre a possível contratação, a apresentadora Jéssica Senra deixou clara a sua posição sobre o assunto e recebeu apoio de muitas mulheres nas redes sociais. Para ela, ele deve ter o direito de refazer a sua vida, mas não em uma posição social de admiração, como a de jogador de futebol.
“Atletas são referências. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar, dar o corpo para os cachorros comerem, é um desrespeito. É um desrespeito a nós, mulheres. É um desrespeito a todas as crianças e adultos que cresceram sem mãe por causa de homens desprezíveis que tiraram a vida de mulheres. É um desrespeito a toda a sociedade. E mais: colabora com a ideia de que matar mulheres é permitido desde que você cumpra sua pena, ou parte dela, como é o caso de Bruno”.
Depois da repercussão, a jornalista reforçou o seu posicionamento em publicação no Instagram. “Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade”, escreveu.