Em menos de 24h, duas mulheres foram vítimas de tentativa, e uma foi encontrada morta. A suspeita é de que os ex-companheiros sejam os autores
Corpo incendiado, golpes de machadinha e tiro na cabeça. Em menos de 24h, três mulheres sofreram violências brutais no Rio, crimes sob suspeita de terem sido cometidos por ex-companheiros. Uma das vítimas foi encontrada morta em casa por parentes no último domingo, no Jacarezinho, na Zona Norte. Os crimes contra Michele Pinto da Silva, de 39 anos, Wanessa Gonçalves de Oliveira, de 37, e Ágatha Marques, de 26, ainda não aparecem nos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mas confirmam um aumento observado desde o início do ano: em relação a janeiro e fevereiro de 2023, a taxa de feminicídio cresceu 25%, enquanto a de tentativa de feminicídio aumentou 54,7%.
Nos dois primeiros meses de 2023 foram contabilizados 16 feminicídios e 53 tentativas. Agora, os números subiram para 20 e 82, respectivamente, chegando ao maior patamar da série histórica, iniciada em 2017. A Polícia Civil reforça que o estado conta com 14 delegacias especializadas no atendimento à mulher, e que, juntamente da Polícia Militar, atua no “enfrentamento da violência doméstica, familiar e de gênero”. Além disso, destaca que, em março, 819 pessoas foram presas por violência contra a mulher e que 13 mil medidas protetivas de urgência foram solicitadas em delegacias, estando a concessão delas sob decisão da Justiça.
Michele Pinto da Silva
Na segunda-feira (8), Michele estava na estação de trem Augusto Vasconcelos, na Zona Oeste, quando um homem se aproximou e ateou fogo no corpo dela. A mulher foi socorrida por bombeiros e levada para o hospital Municipal Rocha Faria. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ela teve 90% do corpo queimado e, atualmente, está em estado gravíssimo no Hospital Municipal Pedro II.
Segundo parentes da vítima, a suspeita é de que Edmilson Félix do Nascimento, ex-companheiro dela, tenha cometido o crime por não aceitar o fim do relacionamento, que aconteceu há pouco mais de um mês. Ele fugiu logo após o crime e, segundo a Polícia Civil, teria cometido suicídio ao pular da Ponte Rio-Niterói. O corpo ainda não foi encontrado, mas, no local, foi localizado um carro abandonado que pertenceria a Edmilson.
Os dois tinham juntos uma filha de 2 anos. O caso é investigado pela 35ªDP (Campo Grande).