Grupos avaliam, porém, que não será fácil obter avanços em governo de frente ampla; STF é visto como saída
Após uma campanha marcada por uma disputa pelo eleitorado conservador, ativistas LGBTQIA+ e defensores da descriminalização do aborto tentam retomar suas pautas. Eles veem dificuldade, no entanto, diante da amplitude do arco de alianças que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente.
Avanços em medidas de caráter universal que também beneficiem seus públicos ou alterações que não dependam de aval do Congresso, como mudanças em portarias, são vistas pelos movimentos como possíveis alternativas para os próximos quatro anos.
Ativistas não deixam de lembrar a forte ligação do vice Geraldo Alckmin (PSB) com o catolicismo nem as próprias declarações de Lula que abraçaram o conservadorismo ao longo da campanha —ou mesmo o histórico dos governos petistas, marcados por avanços e recuos.
Também teve um presidente, o próprio Lula, abrindo com sua então esposa a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais em 2008; e, três anos depois, teve outra mandatária, Dilma Rousseff, vetando a distribuição de material contra a homofobia às escolas sob a alegação de se tratar de “propaganda de opção sexual”.