Brasil registra 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2023

24 de janeiro, 2024 Correio Braziliense Por Isabela Stanga

País continua sendo o mais letal por homotransfobia no mundo. Estudo prevê que os números sejam ainda maiores, porque muitas vezes é omitida a orientação sexual ou identidade de gênero relacionados as mortes

O Brasil registrou 257 mortes violentas de pessoas LGBQIA+ em 2023, uma a mais do que em 2022, de acordo com levantamento realizado pelo Grupo Gay Bahia (GGB), a Organização Não Governamental (ONG) LGBT mais antiga da América Latina.

O índice mantém o país na liderança como nação mais letal por homotransfobia do mundo. Os dados, coletados e analisados por voluntários, baseiam-se em informações coletadas na mídia, em sites de pesquisa da Internet e em correspondências enviadas ao GGB — uma vez que não existem dados oficiais acerca de crimes de ódio contra a população LGBT.

De acordo com o que foi coletado, o Brasil registrou o maior número de homicídios e suicídios da comunidade LGBTQIA+ no mundo. Das 257 vítimas, 127 eram travestis e transgêneros, 118 eram gays, 9 lésbicas e 3 bissexuais. No entanto, o estudo prevê que os números sejam ainda maiores, porque muitas vezes é omitida a orientação sexual ou identidade de gênero em publicações fúnebres.

O estado que registrou mais mortes foi São Paulo (34), seguido de Minas Gerais (30), Rio de Janeiro (28) e Bahia (22). Entre as capitais, São Paulo (12 mortes), Rio de Janeiro (11 mortes), Manaus (10 mortes) e Salvador (8 mortes) são as mais violentas para a população LGBTQIA+.

Transfobia
O professor Luz Mott, fundador do GGB, analisa que os índices apontam a violência letal contra travestis e transexuais brasileiras. “Estimando-se que as trans representam por volta de um milhão de pessoas no Brasil e os homossexuais 20 milhões, o risco de ser uma transexual ser assassinada é 19% mais alto do que gays, lésbicas e bissexuais”, afirma o especialista ao portal g1.

Em 44 anos de pesquisa, é a primeira vez que travestis e transexuais ultrapassaram os gays em números de mortes violentas, ressalta o ativista.

Acesse a matéria no site de origem.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas