(Agência Brasil, 27/03/2015) O Centro de Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), no bairro do Arouche, na região central de São Paulo, foi inaugurado hoje (27) pelo prefeito Fernando Haddad e pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti. No local, vão trabalhar 20 profissionais, entre psicólogos, advogados e assistentes sociais, que prestarão atendimento às vítimas de homofobia. Elas receberão orientação jurídica e psicológica gratuitamente.
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As pessoas também poderão assistir a palestras, debates e fazer testes de HIV. O centro substituirá o serviço da prefeitura que funcionava no Pátio do Colégio (local onde foi erguida a primeira construção que deu origem à cidade de São Paulo), também no centro. O espaço fica aberto de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 21h. Foi investido no centro um total de R$ 1,2 milhão, recursos da prefeitura e do governo federal.
De acordo com o coordenador de Políticas LGBT do município, Alessandro Melchior, o Largo do Arouche é um espaço bastante frequentado pela população LGBT. “Há registros de que a população LGBT frequenta o Largo do Arouche desde 1930. Uma das questões centrais da prefeitura foi a necessidade de que os serviços públicos cheguem aonde população está. A equipe é muito grande e este talvez seja o maior centro de referência LGBT do Brasil.”
A ministra Ideli Salvatti destacou a situação de vulnerabilidade da população LGBT. Por isso, esse grupo é um dos alvos das políticas públicas da secretaria. De acordo com Ideli, é necessário enfrentar o preconceito, a violência e o não reconhecimento do direito de a pessoa ser o que é.
“É um trabalho cotidiano que só pode ser feito com estrutura física e trabalho permanente de mudança da cultura. Toda forma de violência e de preconceito tem sua origem na afirmação ‘eu tenho direito, ele não tem’. Há uma concepção de poder”, disse. A ministra ressaltou que essa população, muitas vezes, não sabe os direitos que tem, e a existência de um centro de referência é fundamental para acolher, orientar e encaminhar.
A coordenadora do Fórum Paulista LGBT, Fernanda de Moraes, avaliou que o centro representa um avanço e será um grande instrumento no combate à homofobia. “Este se tornará um polo e um ponto positivo para a população LGBT, porque reunirá serviços como o de psicologia, jurídico e assistência social. Isso será importante para agregar essa população que precisa desse atendimento para ter seus direitos garantidos.”
Segundo a Coordenadoria de Políticas LGBT do município, entre 2012 e 2013, a capital paulista registrou 450 casos de violação de direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Flávia Albuquerque
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