(Bhaz, 15/07/2016) O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), lança o primeiro vídeo do Estado protagonizado por uma mulher transexual, intitulado “O amor transforma preconceitos”. O objetivo com a produção é promover o respeito à diversidade sexual e o diálogo com a sociedade sobre o tema.
Dirigido por Eduardo Zunza, o vídeo conta em 1 minuto a história de uma tradicional família mineira que vive na zona rural, constituída por pai, mãe e três filhos. Após ser rejeitada, uma das crianças, que é transexual, sai de casa e só retorna na celebração dos 50 anos de casamento dos pais, acompanhada pelo companheiro e pela filha.
A protagonista do vídeo, Laura Zanotti, mulher transexual, é maquiadora, ativista LGBT e foi selecionada no teste de elenco para viver a personagem transexual. Para ela ter participado da produção representa uma conquista de espaço para as travestis, mulheres transexuais, homens trans.
“Foi uma honra ter representado as pessoas LGBTs, principalmente por ser uma mulher transexual, mostrando que nós existimos e que aos poucos ganharemos nossos direitos e estaremos em todos os espaços”.
A trilha sonora da produção é de Lô Borges e Márcio Borges com a música “Quem sabe isso quer dizer amor”. O vídeo faz parte da “Livres & Iguais”, campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) pela igualdade LGBTI, e tem a parceria da embaixada do Reino dos Países Baixos no Brasil.
Visibilidade trans
O coordenador Especial de Políticas de Diversidade Sexual da Sedpac, Douglas Estevão de Miranda, explica que a ambientação do vídeo na zona rural tem o objetivo de levar o debate sobre a diversidade para locais onde a pauta ainda tem pouca visibilidade, chegando a todos os públicos, inclusive o heteronormativo.
“Minas Gerais é diversa. Por isso a utilização de um cenário que dialoga com a cultura mineira e trabalha com o olhar do campo e da agricultura familiar, pois a população LGBT não está presente somente em grandes centros urbanos como Belo Horizonte. Está também em espaços rurais e pequenas cidades. Locais onde o preconceito, a discriminação e o fundamentalismo religioso também está muito presente, provocando, com frequência, a expulsão ou a fuga das pessoas LGBTs de seus lares de origem”, afirma o coordenador.
Promoção do respeito
O secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, ressalta a importância da promoção de campanhas como esta, que trabalham pela promoção do respeito e pelo fim da violência contra travestis, mulheres transexuais e homens trans.
“Há ainda uma grande discriminação e preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais e homens trans e nós não podemos permitir que isso aconteça. Não podemos admitir violência física, violência psicológica, assassinatos, discriminação nem preconceito no mercado de trabalho, nas escolas, nas unidades de saúde, nas ruas ou em qualquer outro lugar contra essas pessoas. Estamos propondo um pacto pelo respeito”.
Não à transfobia. Não à LGBTfobia
O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Entre janeiro de 2008 e março de 2014, 604 mortes foram registradas no país segundo pesquisa da organização não governamental Transgender Europe (TGEU), uma rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero. O cenário é ainda mais preocupante se levarmos em conta a subnotificação desse tipo de crime.
Da Agência Minas
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