Pesquisa da Mais Diversidade com apoio do ‘Estadão’ aponta que para 74% dos profissionais o mais importante é ambiente inclusivo; segundo especialistas, falar sobre orientação sexual ajuda em autoestima e produtividade
(Estadão de São Paulo | 18/09/2021 | Por Marina Dayrell)
Se compararmos com as últimas décadas, falar abertamente sobre orientação sexual e identidade de gênero no mercado de trabalho pode parecer mais fácil em 2021, mas isso não quer dizer que seja a regra ou que seja para todo mundo. Em uma pesquisa inédita conduzida pela consultoria Mais Diversidade, com o apoio institucional do Estadão, apenas 15% dos profissionais LGBT declararam, explicitamente, que falam sobre o tema com a sua liderança, falando muito mais sobre sua orientação sexual para pessoas mais próximas (39%).
No entanto, quando questionados, 55% dos entrevistados disseram falar com “todas as pessoas” do trabalho. De acordo com a consultoria, uma vez que havia a alternativa específica da liderança, os respondentes poderiam ter selecionado ambas as opções, mas não o fizeram, o que se leva a crer que não são todas essas pessoas que falam abertamente sobre ser gay, lésbica, bissexual, pansexual ou transgênero com seus líderes diretos.
Ao contrário do que acontecia há alguns anos, os profissionais LGBT falam sobre o tema mais abertamente nas empresas – apenas 20% deles não falam com ninguém no trabalho. Dentre as letras que compõem a sigla, os bissexuais são os que mais sentem insegurança para falar sobre sua orientação sexual em todos os âmbitos da vida, como família e trabalho.
Os dados da pesquisa O Cenário Brasileiro LGBTI+ também mostram que os ambientes de trabalho têm ganhado uma importância muito similar a dos ambientes familiares para as pessoas LGBT se abrirem. Enquanto 80% dos entrevistados falam sobre o tema para alguém na empresa (seja líder, colegas ou amigos mais próximos), 83% falam com a família.