Mais mudanças: Meta vai facilitar machismo e transfobia nas redes sociais

09 de janeiro, 2025 Olhar Digital Por Vitoria Lopes Gomez

Big tech removeu regras do código de conduta que protegiam mulheres e pessoas transgênero

A Meta, empresa controladora do Instagram e Facebook, anunciou nesta terça-feira (07) uma mudança radical na política de moderação de conteúdo, incluindo a eliminação na checagem de fatos de forma profissional. O Olhar Digital detalhou a medida e suas implicações aqui. Mas ela não foi a única. Discretamente, a big tech também removeu regras que impedem discursos machistas e transfóbicos.

As decisões da empresa vêm em um momento de recrudescimento na ideia de “liberdade de expressão”, passando a permitir o que chama de “discussões políticas”.

Meta vai facilitar machismo e transfobia

Enquanto o mundo reportava sobre a mudança na moderação de conteúdo que eliminará a checagem de fatos, a Meta atualizou as regras de “conduta de ódio” nas plataformas. Agora, usuários poderão se referir a “mulheres como objetos domésticos ou propriedade” ou a “pessoas transgênero ou não binárias como “it”. Vale lembrar que “it”, em inglês, é usado para se referir a objetos ou animais, não pessoas.

Já outra seção do código de conduta agora permite “alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, dado o discurso político e religioso sobre transgeneridade e homossexualidade”.

Antes, comentários machistas e transfóbicos estavam sujeitos à remoção por conduta odiosa. Não mais.

Meta quer liberar “discussões políticas”

Nesta terça-feira, quando anunciou as mudanças na moderação de conteúdo, a Meta comunicou que deixaria de restringir discussões relacionadas a tópicos como imigração e identidade de gênero. O objetivo é permitir mais discussões políticas, já que, segundo a big tech, muitas publicações “inocentes” eram derrubadas por fatores ideológicos.

Ainda de acordo com a empresa, a decisão de eliminar a checagem de fatos de forma profissional, optando por um esquema de “notas da comunidade” (como o X/Twitter faz atualmente), impediria que sistemas automatizados “censurassem” conteúdos que não deveriam ter sido derrubados.

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