(Opinião e Notícia, 13/13/2016) A recomendação americana não é exclusividade do país
Depois do ataque na boate gay em Orlando, na Flórida, na madrugada do último domingo, 12, as autoridades de saúde pediram para que a população doasse sangue. A casa noturna é frequentada pelo público LGBT. No entanto, muitas destas pessoas não vão poder ajudar nas doações, e não é por falta de vontade, mas por uma recomendação já muito criticada por grupos de direitos humanos.
Homens que fazem sexo com outros homens não podem doar sangue a não ser que estejam em abstinência sexual de no mínimo 12 meses. Esta é uma recomendação de doação de sangue revisada em dezembro do ano passado nos Estados Unidos. Antes dessa revisão, uma lei criada em 1983 proibia homens que fizeram sexo com outros homens a partir de 1977 (no auge da epidemia da Aids), de doar sangue nos Estados Unidos.
A política do FDA, órgão americano que controla alimentos e medicamentos, é uma recomendação para os bancos de sangue e não uma regra legal. O banco de sangue OneBlood anunciou que está aceitando doações de homens gays diante do ataque na boate.
O questionário da Cruz Vermelha americana, entretanto, teoricamente permite que um heterossexual que teve relações sem proteção com diferentes parceiras doe sangue, mas que um homem num relacionamento estável com outro homem não. A FDA, por sua vez, diz que a recomendação é por conta de dados sobre a infecção do HIV que é “significamente maior” entre homens com múltiplos parceiros do que entre homens com múltiplas parceiras.
A recomendação não é de exclusividade dos Estados Unidos. Muitos países exigem a abstinência de um ano ou até mesmo banem para sempre a doação de gays. No Brasil, por exemplo, a legislação é a da abstinência.
Acesse no site de origem: Muitos homossexuais não podem doar sangue para ajudar vítimas de Orlando (Opinião e Notícia, 13/06/2016)