Moradora de Perus, na zona noroeste de São Paulo, Priscila Santos, 29, conhecida como Priscila Diva, saiu de casa sem celular e documentos no fim de março do ano passado. Ficou cinco dias desaparecida e, depois de uma campanha de busca, o corpo dela foi encontrado em uma represa em Mairiporã, na Grande São Paulo. Priscila Diva foi uma das 131 pessoas trans e travestis assassinadas no Brasil em 2022 —o número faz parte do “Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras”, da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Segundo o relatório, o Brasil é o país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo. México e Estados Unidos aparecem em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
O dossiê, divulgado hoje e entregue ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, indica que mulheres trans e travestis têm até 38 vezes mais chance de serem assassinadas em relação aos homens trans e às pessoas não-binárias.