Mulheres e meninas viram escravas sexuais do EI

30 de dezembro, 2014

(O Sul, 30/12/2014) Terroristas do Estado Islâmico vêm submetendo milhares de iraquianas à extrema violência, diz Anistia Internacional.

Após terem sido submetidas a torturas, estupros, casamentos forçados e escravidão sexual, 42 meninas e mulheres iraquianas que conseguiram escapar das mãos de terroristas contaram suas histórias. O relatório “Fuga do Inferno”, divulgado pela Anistia Internacional, apresenta depoimentos das vítimas de terroristas da organização EI (Estado Islâmico). Todas pertencem à minoria religiosa Yazidi. Muitas cometeram suicídio.

“Centenas tiveram as vidas destruídas pelos horrores da violência sexual e da escravidão. Muitas são crianças, meninas de 14 anos ou até mais novas”, afirmou Donatella Ro-vera, diretora de Resposta a Crises da Anistia Internacional, que colheu os depoimentos. Segundo o documento, cerca de 300 sequestradas já escaparam, mas outras 3,5 mil capturadas no meio do ano ainda estão sob o controle do EI.

Os yazidis seguem uma religião que combina cristianismo, judaísmo e islamismo. Eles são considerados pelos militantes do EI como “adoradores do demônio”. Segundo o relatório, daí a intensa e cruel perseguição.

O material da Anistia cita várias histórias, entre elas a de Jilan, 19 anos, que cometeu crianças e mulheres são obrigadas a fugir pelo deserto para não cair nas garras do grupo terrorista no Iraque.

suicídio por medo de ser estuprada. segundo o depoimento de outra refém. “Um dia, eles nos deram roupas que pareciam vestidos de dança e nos disseram que devíamos nes lavar antes de nos vestirmos. Jilan se matou no banho, ccrtou os pulsos. Era muito bonita. Acho que ela sabia que um ho- mem ia levá-la e se matou por isso”, conta uma sobrevivente.

“As consequências psicológicas c físicas das terríveis violências são catastróficas. Muitas foram torturadas e tratadas como gado. Mesmo aquelas que conseguiram escapar permanecem profundamente traumatizadas”, acrescentou Donatella.

Segundo a Anistia Internacional, muitas sobreviventes não estão recebendo o apoio de que necessitam. O ministro alemão do Desenvolvimento Estrangeiro, Gerd Müller, afirmou que a cidade de Berlim está montando um centro dedicado a receber mulheres vítimas de abusos do EI. Mas o programa só teria vagas para cem mulheres.

No relatório, a Anistia pede ao governo da região do Curdistão, à ONU (Organização das Nações Unidas) e a organizações humanitárias que identifiquem sobreviventes e ofereçam auxílio médico e serviços de apoio.
(AD)

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