Mulheres jornalistas sofreram mais ataques em período eleitoral, aponta relatório da CDJor

16 de dezembro, 2024 Abraji Por Redação

A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) divulgou nesta sexta-feira (13 de dezembro) um relatório com o retrato dos ataques sofridos pela imprensa durante a cobertura das eleições municipais brasileiras de 2024. Desenvolvido em parceria com o Laboratório de Internet e Ciência de Dados (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e o ITS Rio, o documento analisa as agressões contra jornalistas e veículos de comunicação dentro e fora do ambiente digital, entre 15 de agosto e 27 de outubro. As análises revelaram um padrão marcado, principalmente, por questões de gênero.

As mulheres jornalistas receberam 50,8% dos ataques registrados, apesar de representarem 45,9% dos profissionais monitorados. No Instagram o número foi ainda maior, 68,3%, enquanto no X foi de 53%. De acordo com o estudo, as críticas profissionais foram acompanhadas de insultos misóginos e comentários relacionados a aparência. A âncora do programa ‘Roda Viva’, da TV Cultura, e comentarista da CBN, Vera Magalhães, foi alvo de 32,3% das agressões via Instagram.

Jornalistas negros também foram duramente atacados, como foi o caso de Pedro Borges, cofundador do portal Alma Preta Jornalismo, vítima de racismo nas redes sociais após a entrevista do então candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal no Roda Viva. Parte dos insultos foram direcionados ao seu cabelo black power.

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