Mulheres tiveram vitórias em 2022, mas estão cansadas de reagir a absurdos, por Isabela Del Monde

22 de dezembro, 2022 Uol Por Isabela Del Monde

Em 2022 estivemos praticamente abandonadas pelo governo federal que reduziu, ainda mais, os investimentos em políticas públicas de proteção às mulheres e não fomentou qualquer programa de geração de emprego e redução da inflação, dois pesadelos que atingem diretamente a população feminina. O Congresso Nacional, por sua vez, parece se lembrar de nossa existência apenas para tentar controlar, mais ainda, nossos corpos com o abjeto Estatuto do Nascituro, que tenta restringir o acesso ao direito ao aborto.

Pedro Guimarães foi demitido da presidência da Caixa e responde a processos judiciais por assédio sexual; os deputados estaduais Arthur do Val, de São Paulo, e Gabriel Monteiro, do Rio de Janeiro, foram cassados e o último está preso, após grande pressão popular, principalmente feminina.

Também acompanhamos o caso da menina de Santa Catarina, que teve o pedido de aborto negado mesmo com uma gravidez advinda de um estupro. Novamente, a pressão pública garantiu um direito feminino e dessa vez de uma criança. Foi graças a enfermeiras mulheres que a carreira do predador sexual e anestesista Giovanni Bezerra foi interrompida. Elas foram as responsáveis por filmá-lo estuprando uma paciente durante uma cesárea, o que o levou a uma prisão em flagrante e um julgamento que ainda está em curso.

Além disso, as mulheres ainda enfrentam a exclusão do mercado de trabalho, consequências do que começou em 2020 após o fechamento das escolas no primeiro ano da pandemia. Sim, sem escolas, as mulheres foram forçadas a deixar seus trabalhos e empregos para cuidarem das crianças. Segundos do IBGE, enquanto o desemprego tem taxa de 7,5% entre os homens, esse índice é de 11,6% entre as mulheres.

Uma das artimanhas do machismo estrutural é nos aprisionar numa condição reativa a absurdos, tolhendo nossa criatividade e nossa energia produtiva para as mudanças que precisamos.

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