(Rádio ONU) Agência pede mais ação decisiva em níveis político e de bases para acabar com a prática, que afeta cerca de 125 milhões de meninas e mulheres.
Um boletim da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgado nesta quinta-feira, indica que a luta contra a mutilação genital feminina está obtendo poucos progressos.
A prática já fez cerca de 125 milhões de vítimas entre meninas e mulheres.
Gritos
Em sua página na internet, a OMS conta a história da britânica Leyla Hussein, que é de origem somali, e que foi circuncidada aos sete anos de idade. Ela lembrou que ouviu os gritos da própria irmã sendo mutilada, antes de ela mesma ser cortada por quatro mulheres.
Leyla Hussein disse que desmaiou de tanta dor.
A mutilação genital feminina é considerada um rito antigo em várias partes da África e do Oriente Médio. O corte é feito com lâminas ou facas, e quase sempre sem anestesia. Acredita-se que com a mutilação, as meninas e mulheres ficarão “limpas e puras” para o casamento.
Progresso
Segundo a OMS, a prática deixa marcas psicológicas e traumas. Com a ação, a menina tem o clitoris removido inteira ou parcialmente.
Em países como Egito e Somália, mais de 90% das meninas são mutiladas. Muitas delas, antes mesmo de aprenderem a andar.
Várias agências da ONU se juntaram à luta contra a mutilação genital inclundo, o Unicef e a OMS.
Alguns países conseguiram reduzir os números de circuncisão feminina. No Quênia, o índice baixou de 38% em 1998 para 26% em 2008, entre meninas de 15 a 49 anos.
Um progresso ainda maior foi alcançado na República Centro-Africana.
O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, afirma que até 2030, 86 milhões de meninas e mulheres entre 15 e 19 anos irão sofrer com a mutilação genital.
As ações para combater o problema receberam o reforço da Assembleia Geral. Em 2012, a casa aprovou uma resolução para aumentar os esforços de eliminação da prática.
Acesse o PDF: OMS vê poucos progressos para o fim da mutilação genital feminina (Rádio ONU, 03/01/2014)