(Folha de S.Paulo/O Estado de S. Paulo/G1/R7) O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas ingressou em fevereiro com uma ação penal por abuso sexual e incentivo à prostituição contra Richard Schair, proprietário da agência norte-americana de turismo Wet-A-Line Tours. O Departamento de Justiça dos EUA já investiga a empresa, sob a suspeita de que as expedições de pesca esportiva organizadas na Amazônia brasileira sejam usadas para a exploração sexual de meninas menores de idade.
A ação do MPF foi impetrada após denúncias da Fundação Nacional do Índio (Funai) do Amazonas, segundo a qual adolescentes indígenas da tribo mura, da cidade de Autazes, a 118 km de Manaus, estavam sendo aliciadas e estupradas por clientes da agência durante passeios organizados pela empresa.
“O Brasil está superando a Tailândia como principal destino para turismo sexual”, disse Kristen Berg, advogado de uma organização de Nova York que participa do processo.
De acordo com investigações da Polícia Federal brasileira, ao menos 15 meninas foram vítimas de estupros e aliciamento nas viagens promovidas em iates luxuosos, camufladas de pesca esportiva para estrangeiros. “O pacote incluía o turismo sexual”, afirma o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Sérgio Fontes.
Em seu site, o grupo norte-americano de ativismo feminino Equality Now afirma que o processo nos EUA foi aberto em junho por quatro meninas de origem indígena que dizem ter sido forçadas a se prostituir – na época, a mais jovem tinha 12 anos.
Ministra cogita comissão para investigar ‘tour sexual’ na Amazônia
A ministra da Secretaria das Mulheres, Iriny Lopes, disse ao Portal G1 que o governo federal não vai “cruzar os braços” em relação à questão do turismo sexual na Amazônia, noticiada pelo jornal americano The New York Times.
“O mais importante é ver em que situação se encontra o processo, buscar atuar junto a ele, ouvir testemunhas se for preciso. Tomei conhecimento do caso pela matéria. Amanhã [segunda-feira] tomaremos pé da situação e, se for necessário, enviaremos uma comissão à Amazônia”, disse a ministra, para quem a prioridade é acompanhar o processo para que ele não seja interrompido, como, de acordo com o jornal americano, quer o dono da Wet-A-Line Tours.
Acesse o site R7 Notícias para assistir à matéria do Jornal da Record que denuncou o caso em 06/10/2010
Leia essas matérias na íntegra:
Ministério Público acusa agência dos EUA de promover turismo sexual com índias (iG – 11/07/2011)
Americano e cinco brasileiros são processados por ‘tour sexual’ no AM (G1 – 11/07/2011)
Iriny não quer arquivamento de processo (Folha de S.Paulo – 11/07/2011)
Ministra cogita comissão para investigar ‘tour sexual’ na Amazônia (G1 – 10/07/2011)
Empresa vendia sexo na Amazônia, diz PF (Folha de S.Paulo – 10/07/2011)
Proprietário de agência dos EUA nega acusações (Folha de S.Paulo – 10/07/2011)
EUA investiga excursão de turismo sexual na Amazônia (O Estado de S. Paulo – 10/07/2011)
EUA vão investigar caso de turismo sexual no Brasil (R7 – 10/07/2011)