(O Estado de S. Paulo) O governo do Irã sinalizou que desistiu de aplicar a sentença de morte por apedrejamento de Sakineh Ashtiani, a iraniana condenada por adultério. Apesar da mudança, Sakineh ainda deve ser executada, mas por enforcamento.
“O apedrejamento é muito raro no Irã e já foi decidido que essa mulher (Sakineh) não será apedrejada”, disse Mohammad Hosseini, diplomata iraniano em Oslo. Segundo ele, Sakineh foi condenada pelo assassinato do marido e sua vida só seria poupada se a família da vítima pedisse. A família poupou um homem também acusado de matar o marido de Sakineh. Isso dá a ativistas esperança de revisão da pena.
Grupos de direitos humanos acusam o governo iraniano de ter modificado a condenação de Sakineh para justificar sua execução. Para a ativista Mina Ahani, apenas a pressão internacional pode evitar a morte da condenada.
A Corte Suprema iraniana deve confirmar a sentença na quinta-feira.
O Itamaraty disse à reportagem do Estadão que fez uma oferta oficial ao governo iraniano para receber Sakineh no Brasil. De acordo com diplomatas, a proposta foi feita em Teerã na semana passada. “O governo do Irã recebeu oficialmente nossa proposta”, afirmou um diplomata brasileiro que pediu anonimato. Segundo diplomatas brasileiros, as chances de o Irã entregar a mulher condenada são pequenas.
Acesse essa matéria: Irã revê apedrejamento de condenada à morte (O Estado de S. Paulo – 10/08/2010)