(R7) O pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho foi condenado a 33 anos e 20 dias de prisão em regime inicial fechado na noite de quinta-feira (12). Para a Justiça, ele matou a ex-mulher, Andreia Cristina Bezerra Nóbrega, de 31 anos, e tentou matar o filho, uma criança que, na época, tinha seis anos de idade.
O crime aconteceu em novembro de 2008. Desde então, Evandro, estava foragido da Justiça. Ele só se apresentou nesta quinta-feira. Chegou ao Fórum de terno e gravata, alegando inocência. Assim que entrou no prédio, Evandro recebeu voz de prisão e foi algemado.
Enquanto era interrogado, Evandro chorou ao ouvir o advogado citar a mãe dele. O réu não contou onde se escondeu nos últimos anos, mas fez questão de dizer que a vida de um fugitivo é “miserável”. Como só se apresentou nesta quinta-feira, Evando não viu o filho, que hoje tem onze anos, ser interrogado na quarta-feira (11).
No dia do crime, Evandro ameaçou explodir o apartamento. Desesperada, Andreia atirou o filho pela janela e depois pulou do terceiro andar do prédio. Logo depois, Evandro saiu do prédio como se nada tivesse acontecido. A frieza do reú pesou na decisão da Justiça.
— A triste e a bruta queda que culminou com a morte de Andreia e com os ferimentos do menor Lucas, embora, aparentemente, recebida com desprezo pelo acusado, que na pressa de fugir do local chegou até a empurrar um morador que tentava socorrer as vítimas, sensibilizou muitos populares que por lá circulavam, os quais prontamente, de forma até instintiva, logo clamaram por socorro e se posicionaram para auxiliar no que pudessem as duas vítimas ali caídas.
A família da vítima comemorou o resultado do julgamento, mas ficou surpresa com a reação do réu, como conta Joselene Bezerra Nóbrega, irmã de Andreia.
— Eu imaginei encontrar um Evandro triste, arrependido. Quando ele chegou foi numa arrogância. O Evandro subiu, o Evandro me ameaçou quando ele chegou, ele algemado. Ele virou pra mim e falou assim: “Você vai pagar muito caro por isso”.
Para o Ministério Público, a postura de Evandro dentro do tribunal prejudicou o próprio réu. O promotor Rodrigo Merli contou que foi encarado o tempo inteiro.
— Isso, ao contrário do que ele possa imaginar, surte um efeito negativo perante o conselho de sentença, porque eles acabam interpretando isso como uma personalidade desafiadora, que é exatamente o que nós tentamos explorar durante o julgamento.
Esse comportamento do réu, segundo a promotoria, começou a mudar no fim do julgamento. Evandro acompanhou a leitura da sentença olhando o tempo inteiro para o chão. Assim que foi condenado, se sentou. Dois policiais militares se aproximaram, retiraram a gravata que era usada por ele e o réu foi levado para a carceragem do 1º Distrito Policial de guarulhos, onde vai aguardar a transferência para um CDP (Centro de Detenção Provisória).
A defesa já recorreu da decisão, como explica o advogado Ademar Gomes.
— A defesa já recorreu. Entende que a decisão contraria as provas dos autos. A pena foi muito pesada. São 33 anos, uma pena pesadíssima.
Para a família, saber que está preso o homem que matou Andreia e tentou assassinar o filho torna a vida mais leve. As tias de Lucas só querem, agora, garantir ao sobrinho um futuro feliz, como conta Joselene.
— Eu acho que, substituir um pai e uma mãe é muito difícil, ninguém substitui, mas um pai da qualidade dele vai ser fácil.
Acesse o PDF: Pagodeiro ameaçou irmã de ex-mulher morta ao chegar ao fórum: “Você vai pagar muito caro por isso” (R7, 13/09/2013)