(O Estado de S.Paulo) Previsão é que, a partir de março, vítimas de violência possam até ficar abrigadas no local, na região central de SP.
O governo federal anunciou ontem a criação da unidade paulista da Casa da Mulher Brasileira, espaço que reúne uma série de serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência. Ficará no Cambuci, na região central, e terá delegacia, juizado especial, atendimento psicológico e alojamento.
“A celeridade e o apressamento da expedição das medidas protetivas salvam as mulheres. Elas sairão da casa já com a medida protetiva e com o processo (na Justiça) aberto”, explica a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as mulheres, Eleonora Menicucci.
A casa ficará no número 26 da Rua Vieira Ravasco. O local poderá atender até 200 mulheres por dia. O espaço deve ser inaugurado em 8 de março do próximo ano. As mulheres serão encaminhadas à casa por meio de denúncias feitas pelo número 180 ou passagens pela delegacia ou hospital.
O espaço contará com delegado, juiz, promotor e defensor público, para que todos os trâmites para a abertura do processo judicial sejam realizados simultaneamente. “Haverá também atendimento psicossocial, porque toda mulher que sofre violência passa por estresse pós-traumático”, afirma a ministra.
Cursos. A casa terá 20 camas e 20 berços, espaço de convivência e brinquedoteca. Ali, a mulher poderá ficar por até 30 dias em recuperação. “E também teremos cursos de capacitação e de emprego, fundamentais para que a mulher saia do ciclo de violência”, diz a ministra.
Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), as mulheres não precisarão sair do local para fazer exames simples do Instituto Médico-Legal (IML). “Quando a gente fala Delegacia de Defesa da Mulher, significa investigação, Polícia Técnico-científica e até articulação com a Polícia Militar”, afirma o governador.
Investimento. Os governos estadual e municipal firmaram ontem a adesão ao programa federal “Mulher, Viver Sem Violência”. Com verba de R$ 265 milhões, o projeto prevê a construção de uma Casa da Mulher Brasileira em cada, capital do País.
Além disso, estão programadas ações para a melhoria da coleta de vestígios de crimes sexuais, aperfeiçoamento do disque-denúncia para esses delitos e a criação de centros de referência nas fronteiras do Brasil com Bolívia, Guiana, Paraguai e Uruguai.
O objetivo da política é intensificar e combater a impunidade de quem agride as mulheres. Sete anos após a criação da Lei Maria da Penha, 54% da população ainda conhece alguma mulher que já foi agredida pelo parceiro, Os dados são de pesquisa realizada pelo Data Popular e pelo Instituto Patrícia Galvão.
Violência
69% da população diz que a violência não ocorre só em família pobre.
56% conhecem um homem que já agrediu a parceira.
85% concordam que mulheres que denunciam correm mais riscos.
Acesse o PDF: Casa terá delegado, advogado e psicólogo para mulher agredida (O Estado de S.Paulo, 27/08/2013)